Halloween Ends – O Acerto de Contas Final [Crítica]
As reinicialização de franquias icônicas do cinema vem sendo cada vez mais exploradas para levar seu nome a novas gerações e criar sentimentos nostálgicos em fãs de longa data. Entre elas está a Halloween (1978) que ganhou diversas continuações, remakes e reboots nos últimos 44 anos.
O mais recente “recomeço” teve a proposta no formato de trilogia dirigida por David Gordon Green, se iniciando em Halloween (2018), seguindo a Halloween Kills (2021) e concluindo em Halloween Ends. Ambos são sequências diretas do primeiro longa da saga dirigido por John Carpenter. Mas será que esse fechamento foi digno?
Após os acontecimentos que permearam o final do segundo filme, os moradores de Haddonfield seguiram suas vidas com o desaparecimento do assassino Michael Myers. Entretanto, o mal seguiu diante de suas mentes criando uma paranoia ou maldição em suas vidas com muitas mortes consecutivas no local.
O prelúdio da produção antes da introdução clássica ao tema icônico de Carpenter, se propõe a uma condução diferente com quebras de paradigmas como uma babá sendo protagonizada por um homem, Corey Cunningham (Rohan Campbell) que cuida de uma criança com saída de seus pais em pleno Halloween. Porém, com influência sobre as histórias de Myres o menino tenta assustar Corey, que sem intenção acaba participando de uma morte violenta e impactante do garoto.
As mudanças ao todo segue também com Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) que tenta seguir em frente, escrevendo um livro sobre sua jornada. Após a perda de sua filha, ela decide ter uma vida “normal” novamente com sua neta Allyson (Andi Matichak). uma das principais protagonistas da trama ao lado de Rohan. Assim, tirando o foco de Jamie que sempre foi a grande personagem da saga.
Falando em protagonista, sem dúvida ‘Ends’ tem centralização de contextos em torno de Conroy. O rapaz sofre os danos diante da sociedade por um crime que não cometeu, sendo excluído, sofrendo bullying e ainda maltratado pela mãe. O verdadeiro caso que nitidamente se verifica o desenrolar da história rapidamente.
Laurie acaba observando o que está passando com o menino e simplesmente resolve apresentá-lo para sua neta em uma cena cheia de coincidências. Eles se apaixonam à primeira vista, o que é extremamente brega, sem relevância e química. Levando todo o romantismo bisonho durante todo o trajeto que o filme percorrerá.
Vemos o roteiro sendo cada vez mais raso sem propostas “novas” e o espírito da vingança pelo jovem acaba atraindo Michael Myers. Em suma, o assassino entra na mente do garoto de forma que parece paranormal, como gatilho de uma crítica social.
A cosmologia se organiza com a passagem de bastão introduzindo dois assassinos ao mesmo tempo que cria boas cenas de mortes, só não tanto criativa como nas duas outras produções, além de incríveis trilhas sonoras que sempre conquistam o público. O clima de tensão diante da bipolaridade de psicopatia de Conroy é bem representado, mas acaba perdendo força ao lado de Allyson. Já a mudança de percepção de Strode sobre o comportamento de Cunningham é forçada como se tivesse uma energia de Myres no garoto e sua longa conexão com o serial killer.
O sentimento final para Halloween Ends é uma produção com boas ideias e decisões ruins na execução. A decisão de não ir a um caminho mais robusto, vai deixar os fãs um pouco irritados. Porém, o cineasta optou por fechar o longa com renovações de ciclos do eixo principal que foi se caminhando para encerramento sem relevância e impacto, mesmo tendo o fim do terceiro ato de forma interessante que poderia ter sido melhor explorado com as órbitas alinhadas.
FICHA TÉCNICA
Título: Halloween Ends – O Acerto de Contas Final
Título Original: Halloween Ends
Direção: David Gordon Green
Data de lançamento: 13 de outubro de 2022
Lucas Venancio
Assisti ao trailer do segundo e achei simplesmente aterrorizante. Não sei se teria condições de assistir um filme como esse.
Boa semana!
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Até mais, Emerson Garcia