A Vizinha da Mulher na Janela [Crítica]

A vizinha da mulher na janela obviamente se remete ao suspense A mulher na janela e faz uma brincadeira com produções do estilo, mas devo dizer que existe um conflito de gênero na série da Netflix. Começa como um verdadeiro suspense, mesmo com o absurdo de ter uma criança em uma sala com serial killer para ver como é o trabalho do pai. E depois, a partir do quarto episódio, o sarcasmo e a paródia começam ficar evidentes, ainda que o humor seja por vezes sutil.

Anna (Kristen Bell) perdeu a filha brutalmente, o casamento acaba e ela para de pintar. Sua vida se resume a beber constantemente, misturar álcool com remédio e observar a vida do novo vizinho. Neil (Tom Riley) se muda com sua filha e desperta o interesse da protagonista, mas ele tem uma namorada que é assassinada na janela. Anna vê tudo acontecer, mas tinha bebido muito, logo é desacreditada pela polícia. O vizinho nega que tenha acontecido qualquer coisa, sua namorada é aeromoça e está trabalhando. A partir de então temos um mistério que é desenvolvido ao longo dos oito episódios, com Neil sendo o principal suspeito.


A série guarda muitas reviravoltas (algumas bem previsíveis), o suspense me prendeu bastante, o que me fez ver um episódio atrás do outro. E os furos podem ser explicados pela bizarrice do roteiro, uma desculpa muito boa para algumas coisas na trama, conveniente às vezes até demais. O bom é que os episódios são curtos e nada cansativos. Kristen Bell simplesmente é alma da trama, os demais são mesmo meros coadjuvantes, mas destaque para a atriz mirim Samsara Yett.

A vizinha da mulher na janela tem um final que me surpreendeu, mas é uma série mediana porque nem se firma de fato como suspense e nem como sátira, fica no meio termo. Tem boas sacadas, inteligentes e uma história que prende atenção. Foi uma boa experiência, acho que melhor sem grandes expectativas.

 

Michele Lima

Na Nossa Estante

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  • Olá, Michele.
    Eu ri muito aqui quando li o título hehe. Mas não sei se é algo que eu assistiria por não ser nem lá ne cá. Acho que se tivesse puxado mais para comédia mesmo talvez eu desse uma chance.

    Prefácio

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