Paternidade [Crítica do Filme]

 

Kevin Hart, conhecido pelo seu papel em Jumanji: Bem-Vindo à Selva, com veia mais de comédia do que dramática, surpreende estrelando Paternidade, filme da Netflix dirigido por Paul Weitz (American Pie — A Primeira Vez é Inesquecível).

Matt (Kevin Hart) perde sua mulher depois do parto de sua filha. Completamente perdido, ele decide criar Maddy (Melody Hurd), mesmo que seja difícil ser um pai solteiro. Ele se nega a voltar para sua cidade natal e ter ajuda da sua mãe e da sua sogra e enfrenta uma batalha duríssima que é aprender sozinho a ser pai e ainda equilibrar a vida profissional. Matt sofre o que toda mãe costuma sofrer, noites em claro com o choro do bebê e depois ter que trabalhar, não importa o que aconteça. Matt tem ajuda de bons amigos, como Oscar (Anthony Carrigan) e Jordan (Lil Rel Howery) que funcionam como tios para Maddy.

 

O longa sofre um salto temporal e conhecemos Maddy agora criança, mas as dificuldades de Matt continuam enormes. Lidar com a filha na escola de freiras é uma boa questão levantada pelo filme, uma vez que ela não gosta de usar saia, na verdade prefere cuecas do que calcinhas. Matt dá total liberdade para a filha usar o que quer, ser quem ela quiser e Maddy é uma garota durona, tem uma personalidade incrível. O luto não é colocado de uma vez no roteiro, Matt vai sofrendo ao longo do filme, sente uma ausência enorme da esposa e demora bastante para pensar em sair com outra mulher. E ainda temos sua relação complicada com a ex- sogra, Marion. Alfre Woodard constrói uma personagem forte, cheia de nuances, que sofre com a morte da filha, quer ter a neta por perto, ao mesmo tempo que entende que o Matt tem direitos sobre sua neta.

Paternidade dá a oportunidade para Kevin Hart mostrar que é um ator que pode sair da zona de conforto, dá até demais porque em um determinado momento o longa fica extenso mais do que necessário em um drama que caberia no início no filme, mas no final já me pareceu fora do tom. Hart se sai bem no papel, mas o grande destaque é a atriz mirim Melody Hurd e Alfre Woodard como Marion, as duas em cena são espetaculares.

 

Paternidade é um filme bonito, sensível, leve apesar dos temas. Longe de ser o mais impactante dos filmes sobre relação de pais e filhos, mas agradável e bem executado para aquilo que se propõe.

Trailer
FICHA TÉCNICA
Título: Paternidade
Título Original: Fatherhood
Diretor: Paul Weitz
Data de lançamento: 18 de junho de 2021
Netflix
Michele Lima
Na Nossa Estante

View Comments

Share
Published by
Na Nossa Estante

Recent Posts

O Mundo de Sofia em Quadrinhos (Vol.1) [Crítica]

O mundo de Sofia é um clássico da literatura que eu não li e queria…

1 dia ago

Bridgerton – Terceira Temporada- Parte 2 [Crítica]

A segunda parte da terceira temporada de Bridgerton começou com muitas polêmicas! Eu li os…

2 dias ago

Do Fundo da Estante: Quinta-feira Violenta

O produtor, diretor e roteirista californiano Skip Woods fez em Quinta-Feira Violenta (Thursday no original)…

3 dias ago

Tudo O Que Você Podia Ser [Crítica do Filme]

Tudo o que você podia ser é dirigido por Ricardo Alves Jr. e não tem como…

6 dias ago

Sweet Tooth – 3ª Temporada [Crítica]

Sweet Tooth é um grande acerto da Netflix! Não só por escolherem adaptar as HQs…

1 semana ago

Bridgerton: Preconceito ou uma Questão de Adaptação?

Eu já fui daquelas que no cinema levantava a plaquinha “No livro não é assim”!…

2 semanas ago

Nós usamos cookies para melhorar a sua navegação!