Tudo bem no Natal que vem [Crítica do Filme]

Tudo bem no Natal que vem estreou na Netflix com cara de mais um filme natalino, só que dessa vez nacional, nada que pudesse me surpreender. Bem, me enganei bastante! Temos sim o clássico clichê de repensar a vida no natal e o roteiro usa elementos de outros filmes como Feitiço no Tempo ou até mesmo um ar de Os Fantasmas de Scrooge e Click, mas a mistura ficou tão boa, com uma produção tão excelente, que eu comecei o filme rindo, me identificando a família de Jorge e terminei chorando horrores. E por essa eu não esperava!

Jorge (Leandro Hassum) faz aniversário no Natal e obviamente detesta, quando criança tinha que dividir a atenção com Jesus Cristo, tarefa nada fácil. Aos poucos ele começou a odiar a data e a família da esposa não ajuda muito. É o tio com a piada boba, a sogra perturbando, o cunhado folgado, tudo o deixava ainda mais irritado, sobra até para o coitado do avô da esposa que sofreu um derrame e está supostamente alheio ao que se passa. Até que um dia a esposa o obriga a ser o Papai Noel e Jorge cai do telhado, bate a cabeça e acorda no Natal do ano seguinte. Achei interessante que não foi no passado, mas sim no futuro.
Jorge não se lembra de absolutamente nada do ano que passou e pior, a situação se repete constantemente. Ele dorme e acorda no ano seguinte e percebe que seu “eu” foi mudando ano após ano e se tornando uma pessoa irreconhecível. À medida que o tempo passa ele desvaloriza ainda mais sua família e seu “eu” que acorda apenas nos Natais começa ficar desesperado com a pessoa que ele se torna durante o ano.
No começo várias situações engraçadas aparecem, Jorge tem um humor ácido, sem muita paciência com o calor de dezembro e para o momento família, mas aos pouco o roteiro surpreende a nos mostrar muitas cenas bem emocionantes e dramáticas, em que o protagonista percebe que é preciso dar mais valor a momentos simples da vida. Em um ano de Pandemia o enredo conversa bastante com todos nós. E Hassum se sai espetacularmente bem nas cenas mais dramáticas, sem apelação, tudo muito sensível, com coisas que, infelizmente, podem acontecer com todos nós. Elisa Pinheiro também me agradou bastante com a esposa Laura, cheia de paciência com o marido. Apenas Danielle Winits não me agradou tanto, nem tanto pela personagem que de fato é desagradável, mas por me parecer ter os mesmo trejeitos em todo papel que faz.
Enfim, Tudo bem no ano que vem é um nacional de muita qualidade, sem apelação, sem exageros, honesto, sensível e divertido. Vale demais a pena demais largar o preconceito e dar uma oportunidade.

Trailer

FICHA TÉCNICA
Título: Tudo bem no Natal que vem
Direção: Roberto Santucci
Data de lançamento: 3 Dezembro de 2020
Netflix


Michele Lima

Na Nossa Estante

View Comments

  • Oi, Mi!
    Eu tenho visto tantos comentários sobre esse filme, que acho que vou assistir hoje mesmo haha. Adoro filmes natalinos e a comédia nacional, espero gostar também ♥
    E sim, a Danielle Winits parece que faz sempre o mesmo papel.

    Estante Bibliográfica

  • Ei, Michele, tudo jóia? Eu ainda não assisti o filme, mas eu estou muito curiosa e com vontade de assistir o filme. E em geral eu gosto muito do ator Leandro Hassum e isso me empolga ainda mais. Beijo!

    Books House

  • Oi Mi
    Mesmo sem assistir filmes nos últimos meses estou ansiosa para conferir esse. Eu gosto muito do Leandro Hassum, pra mim ele é um dos melhores de comédia nacionais, e só de saber que é melhor que esses filmes natalinos americanos que já passaram do tempo eu também fico feliz.
    Beijo!
    http://www.capitulotreze.com.br/?m=1

  • Olá, Michele.
    Eu comprei uma TV nova e quando fui testar se estava tudo funcionando o primeiro filme que apareceu da Netflix foi esse e comecei a assistir. Gostei tanto que fui até o final hehe. E aconteceu comigo o mesmo que você, comecei rindo e acabei chorando de emoção hehe.

    Prefácio

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