Host [Crítica do Filme]

Pegando carona no sucesso de Unsubscribe (CLIQUE AQUI), uma sacada de gênio em plena pandemia deste 2020, o diretor Rob Savage fez aqui o seu “filme da Era Coronavírus”, apelando para o sobrenatural e indo além do nicho dos serial killers de internet. Se em Unsubscribe um psicopata teen é o responsável pelo massacre, em Host temos uma entidade maligna promovendo um verdadeiro banho de sangue após ser invocada em uma live pelo aplicativo Zoom.

Só assim para justificar os seguidos ataques, não sem antes usar (e de maneira pontual e inteligente) o já pra lá de batido recurso do jumpscare. A direção é criativa e tira bom proveito dos cenários, utilizando bons efeitos visuais práticos para abrir portas, arrastar cadeiras, arremessar objetos e suspender pessoas – clichês já vistos inúmeras vezes, porém muito bem trabalhados aqui.
O elenco é carismático e trabalha direitinho, atuando perante uma webcam e tentando convencer o espectador de que estão realmente sofrendo todo aquele horror. Se o roteiro é quase uma reunião de tudo o que já se viu em matéria de sustos e mortes, há que se destacar um detalhe que quase passa despercebido: entre as cinco amigas, uma delas, Jemma, é descendente de chineses e é ela a responsável por provocar a fúria do espírito após contar uma história falsa sobre o suicídio de um amigo. Portanto Jemma, a chinesa, acaba sendo a “culpada” das mortes das colegas norte-americanas, uma forçação de barra que situa o longa em um paralelo com a epidemia do Coronavirus.
O resultado só não fica escancaradamente político devido a inevitáveis comparações com os dois Amizade Desfeita, o já citado Unsubscribe, o clássico Poltergeist e o cult A Bruxa de Blair. Nessa geleia geral, até que Host se defende com dignidade e merece uma espiada.
Mas que cutucou a China, cutucou.
Trailer
FICHA TÉCNICA
Título: Host
Direção: Rob Savage
Data de Lançamento no Brasil: 30 de julho

Italo Morelli Jr.

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