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Cobra Kai [Crítica da série]

Há bastante tempo que vejo propaganda de Cobra Kai no Youtube, mas nunca tive a oportunidade de ver a série, até que ela entrou no catálogo da Netflix. E devo dizer que a produção é excelente, com um ótimo roteiro que vai agradar mesmo aqueles que nunca assistiram Karate Kid antes (embora eu recomende fortemente). Isso porque além de mostrar a rivalidade de Daniel Larusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka) na vida adulta, ainda aborda uma trama adolescente muito boa! Temos Miguel (Xolo Maridueña), um garoto de família imigrante que sofre bullying na escola (sim, igual o Daniel nos filmes), Samantha (Mary Mouser) – filha do Daniel, Robby (Tanner Buchanan) – o filho do Johnny e um grupo de nerds que usam o ensinamentos do Karatê para revidar os abusos que sofrem.
Cobra Kai é uma série que mexe com nossos sentimentos nostálgicos e se você não viu Karate Kid pode ser levado facilmente a acreditar em tudo que Johnny conta. E não é que ele esteja por completo errado, ele mostra como foi do ponto de vista dele: um garoto que era bem tóxico com a namorada, fazia bullying, mas era carente e tentava agradar o sensei dele, que o impulsionava a fazer coisas erradas. A questão é que ao menos pra mim, apesar de entender tudo que o Johnny passou, não apaga seus erros. O que modifica o personagem de fato são suas atitudes no presente e o mesmo vale para o Daniel. O protagonista de Karate Kid sofreu bastante com os alunos do Cobra Kai e isso inclui o Johnny, por isso até entendo a raiva dele pelo rival, porém, nem tudo do passado justifica certas atitudes do Daniel no presente.
Daniel ainda é uma pessoa boa, que tem um visão muito clara do que é certo e errado, exceto quando o assunto é Johnny Lawrence, neste ponto o personagem perde a razão algumas vezes. Já Johnny, que me parece o maior protagonista da trama, se tornou um homem símbolo dos anos 80, cheio de ideias politicamente incorretas, mas tenta de alguma forma mudar de vida. O mais interessante é que ao mesmo tempo que Daniel e Johnny se tornam personagens mais complexos, por vezes parecem dois adolescentes presos numa infinita rivalidade sem sentido.
Os dois protagonistas tiveram problemas com figuras paternas no passado e a história nesse ponto também se repete. Johnny foi um péssimo pai e Ronny encontra em Daniel a figura paterna que não teve. Já Miguel, muito parecido com o que Daniel foi, não vive com o pai, que é um homem perigoso, sendo ironicamente o discípulo do Johnny. Essa contradição entre os alunos e os senseis é mais um ponto muito positivo na trama.
Ainda temos o triângulo entre Miguel, Samantha e Robby e os adolescentes acabam sendo outro tema da rivalidade dos protagonistas adultos. E a série é repleta de bons personagens, os nerds do Karatê são bem carismáticos
Além de um bom drama adulto e adolescente, a série tem ótimos momentos de lutas bem coreografadas, romance e um bom toque de comédia. A terceira temporada estreia em janeiro na Netflix, recomendo a maratona.
Michele Lima
Na Nossa Estante

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  • Oi Michele, sua linda, tudo bem?
    Eu adoro Karate Kid, que saudades! Não sabia que agora tínhamos os mesmos atores na fase adulta, que surpresa boa. E gostei muito dos temas que ainda infelizmente são tão atuais. Assim que eu puder irei maratonar. Que ótima dica. Espero que você tenha tido um ótimo Natal e desejo um Feliz Ano Novo com muita esperança.
    beijinhos.
    cila.
    https://cantinhoparaleitura.blogspot.com/

  • Ei, Michele, tudo jóia? Eu já ouvi inúmeros comentários positivos em relação a essa série, e que bom que lhe agradou, além de trazer alguns reflexões, isso é sempre bom! Eu já vi no catálogo da Netflix, mas nunca me interessei em assistir de fato, mas vou dar uma conferida. Beijo!

    Books House

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