Existem longas-metragens com estética de cinema, outros com cara de filme pra TV e existe Amizade Maldita, que é claramente um produto pra ser visto única e exclusivamente em streaming. Ele não tem características que podem ser melhoradas em tela grande e não funcionaria como produto televisivo, sendo interrompido por comerciais de cerveja e automóveis e isso não é um demérito. Super produções foram vistas até na tela de um smartphone e Amizade Maldita ter lançamento nos cinemas…incoerência total.
Amizade Maldita parece o produto de uma era, no caso a era da pandemia que fechou as salas de cinema mundo afora. Na verdade ele até foi rodado antes, mas parece ter sido concebido agora a exemplo dos interessantes Unsubscribe e Host, filmes de terror eficientes que usaram o aplicativo zoom pra reunir o elenco em tela.
Infelizmente, não é o caso deste, apesar de um interessante ponto de partida que traz elementos de Amigo Oculto (2005), Babadook (2014) e Hereditário (2018).
O casal Kevin (Sean Rogerson) e Beth (Keegan Connor Tracy) notam que seu filho de oito anos, Josh (Jett Klyne), brinca o tempo todo com um amigo imaginário chamado Z, que toma leite no copo com menos 2% e come pão sem casca com manteiga de amendoim – sério.
O que a princípio parece ser algum devaneio do menino levado na brincadeira pelo pai pouco presente, logo se torna aterrorizante, já que se trata de um filme de terror e não esperamos menos. O problema e que o roteiro elege como fio condutor da narrativa a mãe Beth, que do nada parece se recuperar de uma amnésia seletiva e começa a relembrar o próprio passado, onde Z também fez parte.
E quem é Z e de onde veio? Não sabemos, mas fica claro que os roteiristas (o diretor é um deles) não estavam aptos para tratar do assunto que abordaram.
Entre plot twist que não surpreendem, jump scares fracos e efeitos em CGI muito amadores, Amizade Maldita decepciona. Em 1978, o diretor John Carpenter não tinha nada disso e deu uma aula de cinema em Halloween, apostando no suspense e nos gritos. O elenco fraco também não colabora e é forte candidato ao Framboesa de Ouro – ou talvez nem isso.
Em seu segundo longa, o diretor Brandon Christenssen mostra que melhorou um pouco em relação ao anterior, o péssimo Still/Born (2017), mas não é um bom roteirista. Ele suprime elementos que poderiam enriquecer a trama, deixa no ar questões relevantes, aponta saídas absurdas e conclui tudo de maneira apressada e confusa – não fica exatamente claro o que se passa na cena final e ninguém se mobilizou nas redes sociais para discutir e gerar buzz para o filme. A exemplo dos vizinhos dos personagens: ninguém se importa.
Trailer
FICHA TÉCNICA
Título: Amizade Maldita
Título original: Z
Direção: Brandon Christensen
Data de lançamento no Brasil: 3 de dezembro de 2020
Italo Morelli Jr.
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Oi Italo,
Não acho que eu consiga assistir a esse filme... Não é meu estilo e nada chama minha atenção para a obra.
E uma pena que ele não foi tão bom quanto poderia ter sido.
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Oi Italo! Filmes de terror não são para mim, livros eu leio de boa, mas filmes não me atraem. Que pena não ser uma boa produção. Bjos!! Cida
Moonlight Books
Olá, Italo.
Eu já não assistiria por ser de um gênero que não gosto, morro de medo. E com seus comentários então, com certeza vou deixar passar.
Prefácio
Oi
eu não assisto filme de terror, fujo desse tipo, mas pelo que aponto parece que o filme não foi bem desenvolvido.
http://momentocrivelli.blogspot.com/