Do Fundo da Estante: O Máskara [Nostalgia]

Juntamente com Débi & Lóide e Ace Ventura, O Máskara foi o filme que consolidou Jim Carrey como o comediante do momento, o que lhe rendeu sua primeira indicação ao Globo de Ouro e o papel do Charada em Batman Eternamente (1995) que de início seria do saudoso Robin Williams.
O comportamento de estrela nos bastidores constantemente noticiado pela imprensa, fez com que Carrey passasse de “o novo Jerry Lewis” para a categoria “Persona non Grata” em Hollywood. Só conquistou o respeito definitivo da crítica quando entregou notáveis atuações dramáticas em O Show de Truman (1998), O Mundo de Andy (1999) e Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004). Para espanto geral, não foi indicado ao Oscar por nenhum destes trabalhos. Jim é um ótimo ator que se desdobra tanto em comédias non sense quanto em filmes mais sérios.
Já virou piada a quantidade de vezes que foi reprisado no SBT, sempre com bons números de audiência – afinal é sempre bom rever Jim Carrey com seu físico de borracha e suas caras e bocas dando vida ao tresloucado personagem. O visual cartunesco é acertado, as cores berrantes, a direção de arte e figurinos de muito bom gosto, a maquiagem espetacular, a montagem precisa e música alta compõe um conjunto que funciona muito bem, assim como a química entre Carrey e Cameron Diaz, estreando nos cinemas com o pé direito. E o cãozinho Milo, claro, maravilhoso.

O diretor Chuck Russell que vinha dos bem sucedidos A Hora do Pesadelo 3 (1987) e do remake de A Bolha (1988), transformou num fenômeno esta adaptação das então pouco conhecidas HQs do The Mask, ótimas por sinal.
Stanley Ipkiss (Jim Carrey) é um bancário solteirão e desajeitado sem muito sucesso com as mulherada. Depois de um dos piores dias da sua vida, Ipkiss acha no mar a estranha máscara de Loki, um deus escandinavo. Ao colocar a tal máscara, ele se transforma em O Máskara, um ser com o rosto verde que possui a coragem para fazer as coisas mais arriscadas e divertidas que Stanley sempre quis fazer, como assaltar o banco onde trabalha e flertar com Tina Carlyle (Cameron Diaz, ótima), a bela e sensual cantora que se apresenta na discoteca Coco Bongo. O Máskara tem velocidade sobre-humana e um humor escrachado, quase circense e, seu rival, o gângster Dorian Tyrrell (Peter Greene), que namora Tina, se esforça para destruir o Máskara e se apoderar da máscara para usar seus poderes para o mal.
E dá-lhe cenas épicas:
Quando Stanley coloca a máscara pela primeira vez, a primeira apresentação de Tina, as esculturas com os balões, Milo usando a máscara, o vilão usando a máscara e O Máskara performando “Cuban Pete” com os policiais. Tudo muito bem filmado, empolgante e inesquecível. Os efeitos especiais avançados para a época surpreendem até hoje e o cosplay dos personagens ainda são vistos por aí.
Não é um filme pra se levar a sério, não cabem aqui comparações com os filmes sobre máfia do Martin Scorsese e nem com Dick Tracy. A intenção de colocar em película as páginas das HQs era apenas a de realizar um filme-pipoca de luxo pra lotar os cinemas e ganhar propaganda boca a boca: “Você viu O Máskara? Fui no cinema com uns amigos e adoramos!”

O lançamento em VHS também provocou aquela corrida as vídeo locadoras, reservas e renovadas nas diárias das locações da fita que passava de mão em mão dos familiares.
Mesmo com relativo sucesso de crítica, até hoje apenas uma ótima série de TV animada foi feita e nada de uma continuação ou remake. Foi noticiado uma reinvenção da história com uma protagonista feminina mas nada de concreto foi afirmado.
Os fãs agradecem se nada for feito.
FICHA TÉCNICA
Título: O Máskara
Título Original: The Mask
Direção: Chuck Russell
Data de lançamento no Brasil: 23 de dezembro de 1994
Playarte Pictures

Italo Morelli Jr.

Na Nossa Estante

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