Eu respiro aliviada a cada vez que inicio um novo livro de C. J. Tudor. Não porque esses livros sejam leituras leves e relaxantes – não são, nem por um esforço de imaginação. É porque ela, talvez mais do que qualquer novo autor que descobri nos últimos anos, escreve com o tipo de confiança e segurança que deixa o leitor totalmente à vontade. Suas histórias são confecções sombrias, intrincadas e alucinantes, o tipo de livro que rasteja sob sua pele e exige que você continue virando as páginas muito além da hora de dormir. São, para mim, aquele tipo de história que vale a pena deixar de lado sua lista de afazeres para devorar.
“As pessoas dizem que ódio e amargura vão destruir você, mas estão enganadas. É a esperança. É a esperança que vai devorá-lo de dentro para fora como um parasita. Vai deixá-lo em suspenso como uma isca para tubarão. Mas a esperança não vai matá-lo. Não é tão gentil assim.”
O terceiro livro da autora, que acabou de ser lançado pela editora Intrínseca, não é uma exceção. As outras pessoas começa com um mistério aparentemente simples sobre pessoas desaparecidas: um pai está em busca de sua filha, uma menina que desapareceu três anos antes. Ele é o único que acredita que ela ainda está viva e não vai desistir até que a encontre. Mas há forças mais sinistras em ação aqui, a saber, um grupo anônimo e sombrio que vive na dark web. Quem são essas “outras pessoas” e que envolvimento elas têm, com todo esse enredo?
“Estar desaparecido é diferente de estar morto. De certa forma, é pior. A morte oferece um fim.”
À medida que os leitores seguem os fios desse intrincado mistério, eles descobrirão rapidamente que a imagem maior de As outras pessoas é ainda mais fascinante do que suas partes individuais. Atado com um suspense sobrenatural e repleto de entretenimento e peso emocional, essa obra cimenta Tudor como uma grande autora moderna do gênero. Qualquer leitor que adore ficção que nos empurre pra dentro dele, simplesmente deve adicionar os livros dela à sua lista de leitura.
Os leitores acharão Gabe, Fran e Kate instantaneamente intrigantes: tanto Gabe quanto Fran são indivíduos movidos pelo amor por seus filhos e ambos abrigam segredos e motivações que, quando revelados, chocarão os leitores. Mas talvez o personagem mais interessante de todos aqui seja o coletivo titular da história – “as outras pessoas”. Aqui Tudor criou um “vilão” absolutamente fascinante, se é que podemos pensar “neles” dessa forma, homens e mulheres reunidos para fazer algo muito maior do que podemos imaginar
“Você se esforça. Você tenta. Mas não dá para forçar as pessoas a mudar. Talvez elas nunca mudem. A não ser que algo drástico as force a sair da apatia.”
Eu gosto muito do conceito de um thriller que empurra pessoas comuns para situações extraordinárias, e é exatamente isso que a autora faz com seus personagens aqui. Se “as outras pessoas” são simplesmente homens e mulheres comuns, eles podem realmente fazer o que quiserem? Tudor joga com os limites da moralidade de uma maneira única por meio dessa organização sinistra.
Como sempre acontece com seus livros, essa obra não fica confinada aos limites da realidade, mas quanto menos você souber sobre os elementos sobrenaturais incluídos por aqui, será melhor. Os leitores que não gostam de suspenses sobrenaturais podem preferir manter distância dessa obra, pois ela contém elementos que simplesmente não podem ser explicados pela lógica ou pela razão. No entanto, Tudor nunca usa esses elementos de outro mundo como soluções fáceis para os muitos mistérios de sua história; eles são simplesmente uma camada adicional de intriga em uma história que é traçada de maneira precisa e cuidadosa do início ao fim.
“Não são as grandes mentiras, mas as pequenas, as meias verdades – as que se acumulam, umas sobre as outras, como um iceberg gigante de enganação. Quando isso explodia, aí sim você estava na merda.”
As Outras Pessoas é um thriller excepcional, que desafia os limites, o tipo de livro que genuinamente merece ser devorado por inteiro e compartilhado com todos os seus amigos leitores e amantes do gênero. C. J. Tudor continua a esculpir o espaço mais emocionante para si mesma, e mal posso esperar para ver o que esta talentosa autora vai fazer a seguir.
Título: As Outras Pessoas
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Oi, Natália! Tudo bom?
Ainda não li nada da autora, mas tenho O Homem de Giz aqui e ainda quero conferir. Gostei de saber que é narrativa confiante, é o melhor tipo nesse gênero porque te faz crer que mesmo as situações mais absurdas e bizarras poderiam acontecer.
Beijos, Nizz.
http://www.queriaestarlendo.com.br
Tô adorando visitar e ler seus conteúdos, são sempre os melhores!
Meu Blog: Luísa Santos
Oi, Naty
Eu quero muito ler este livro e ele está lá na lisinha da Amazon. Eu gosto dessa reflexão acerca da moralidade e espero que eu aprecie quando fizer a leitura. Mas tendo uma opinião confiável como a sua, acho que vou amar!!
Beijos
– Tami
https://www.meuepilogo.com
Ta ai uma autora de thriller que ta na minha listinha. Quem sabe eu nao leia algo dela. So vejo otimos comentarios Nat e confesso que esse me chamou atenção um pouquinho pq eu gostei da vibe de It a Coisa, eu so tenho medo de assistir o restante, mas adorei a primeira parte KKKKKKKKKKKK.
Abraços
Emerson
http://territoriogeeknerd.blogspot.com/
Oii, caramba, esse autor é muito bom mesmo, e eu nem li nada dele ainda.
Esse livro parece ser excepcional, e pelo modo que descreveu a obra, só posso esperar que seja uma experiência incrível.
Jardim de Palavras
Oi Natália,
Eu tenho os ebooks da autora no kindle, minha mãe os comprou, mas ainda não lemos.
Por conta da pandemia, estou afastada dos thrillers só que estou pensando em voltar já que gosto bastante do gênero. Estou de olho nas promoções desse ebook! rs
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
i love this book, thanks for your suggestions
one of the best blog, i love content