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As crianças estão bem [Resenha da série]

É sempre muito difícil gostar de uma série e ela ser cancelada e precisa ter coragem pra começar uma já sabendo do seu cancelamento. No entanto, fui convencida de que As crianças estão bem (The Kids Are Alright) era uma comédia que valia a pena ser vista e vale MUITO mesmo. Uma das melhores séries de comédia familiar produzidas nos últimos anos, não dá pra entender como pode ter sido cancelada….e como o final é relativamente fechado, mesmo sabendo que não tem, infelizmente, sua segunda temporada, eu garanto que cada episódio vale demais ser visto.
As crianças estão bem mostra uma família católica de descendência irlandesa no subúrbio de Los Angeles por volta de 1972. A série é narrada por Timmy (Jack Gore), o quinto filho, entre oito,do casal Mike (Michael Cudlitz) e Peggy (Mary McCormack). A cada episódio temos um tema diferente retratando os costumes da época e alguma situação familiar, como apresentar uma nova namorada, se apaixonar pela namorada do irmão, agradar os pais ou tentar esconder deles uma mesa quebrada, entre outras coisas.
Lawrence (Sam Straley) é o filho mais velho que não quer mais ser padre para o desespero do pai. É o filho com modos hippies, como falas comunistas que incomoda Mike. Lawrence é o personagem que mais claramente percebe o jogo de manipulação dos pais que usam e abusam da carência dos filhos em várias situações. Eddie (Caleb Martin) é o filho mais fofo, bondosos e que namora Wendi (Kennedy Slocum). Curioso que apesar de Peggy ter desconfianças no início da namorada do filho, as duas acabam se tornando amigas e Wendi ensina Peggy a ser uma mulher mais moderna. Já Frank (Sawyer Barth) é um personagem que irrita muitas vezes por ser extremamente fofoqueiro, com certeza o filho mais carente de atenção, já que faz de tudo para agradar principalmente a mãe.
Temos também Joey (Christopher Paul Richards), um dos melhores personagens da série porque ele simplesmente consegue arranjar tudo a qualquer hora, inclusive um globo da morte na apresentação da escola. Joey é o irmão malandro, que adoro ver o circo pegar fogo! Depois temos Timmy, o protagonista, o filho artista da casa que quer ser ator e faz de tudo para chamar atenção de todos. Inesquecível a tentativa de Timmy de ser o preferido do pai e tenta lutar boxe ou quando a mãe acredita que ele está entrando na puberdade, quando o coitado só está usando cola nas suas marionetes. No entanto, Timmy não é o único com dotes artísticos, William (Andy Walken) canta muito bem e tem talentos com instrumentos musicais, é o filho mais inteligente da casa. E o penúltimo caçula é Pat (Santino Barnard), o mais tonto dos irmãos, ainda bastante ingênuo, capaz de ficar preso dentro de uma caixa do correio. Por fim, tem o bebê que quase não aparece.
Criar oito filhos não é uma tarefa fácil, Peggy praticamente não faz outra coisa que criar os filhos, é uma mãe rígida, sarcástica e que se diverte muitas vezes com o sofrimento das crianças, mas é capaz de fazer qualquer coisa quando descobre que dois dos seus filhos podem ir para a guerra. Peggy é controladora, esperta e aos poucos vai aprendendo a ser menos machista, decide ter cartão de crédito, aprender a dirigir e descobre também a liberdade sexual. Já Mike ao longo da série, vai entendendo a importância de dar mais valor a esposa e ajudando-a a ser menos controladora com os filhos.
A série tem uma excelente ambientação dos anos 70 e aborda ótimos temas como o crescimento dos filhos, a política da época, o uso da pílula dentro de uma comunidade católica, feminismo e claro, o relacionamento entre pais e filhos.
As crianças estão bem tem diálogos sarcásticos, ácidos, inteligente, não cansa e nos diverte bastante. Lembra um pouco Eu, a patroa e as crianças e Todo mundo odeio o Cris, mas ouso dizer que tem um texto inclusive melhor do que as duas séries citadas.

Disponível até o momento na Netflix! Salve essa série Netflix, nunca te pedi nada….rs

Michele Lima
Na Nossa Estante

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