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Alita – Anjo de Combate [Resenha do Filme]

Juntamente com Ghost in the Shell e Akira, Alita é considerado um marco da ficção científica. E não importa que eles tenham vindo através de mangás ou animes (quem disse que eles servem apenas para histórias infantis?) ao invés do cinema num primeiro momento – há mais de 30 anos não havia tecnologia suficiente para levá-los as telas grandes.
Na década de 90, Alita já havia sido adaptado para o anime num longa de pouco menos de uma hora. É exatamente o que vemos agora na versão em carne e osso, com o acréscimo de muitas cenas de ação e batalhas impressionantes, graças ao produtor James Cameron, ao diretor Robert Rodriguez e a toda tecnologia disponível atualmente.
O mesmo diretor que realizou El Mariachi (1992) com apenas 7 mil dólares teve em suas mãos um orçamento de 200 milhões de dólares (quase 800 milhões de reais!!!!) para dar vida a ciborgue Alita (em boa atuação de Rosa Salazar), encontrada numa espécie de lixão de sucata pelo doutor Ido, interpretado pelo austríaco duas vezes vencedor do Oscar Christopher Waltz. Reconstruída, Alita não lembra do seu passado e descobre ter incríveis habilidades especiais de combate ao primeiro estímulo.
A trama, simples, parece mais do mesmo, mas vale lembrar que muitos filmes hollywodianos (Matrix e Elysium, por exemplo) beberam e muito dessa fonte. Os personagens vivem na Cidade de Ferro, lugar pós apocalíptico e tentam sobreviver em meio a outros ciborgues e sob a cidade flutuante de Zalem, onde só os muito ricos podem habitar.

Enquanto caça andróides do mal ao lado do dr. Ido, Alita se apaixona por Hugo (Keean Johnson), que sonha em ir para Zalem. Em paralelo, a ex esposa do dr. Ido, Chiren (Jennifer Connely) trabalha criando ciborgues para o milionário e corrupto Vector (Mahershala Ali) na esperança de voltar a Zalem, de onde aparentemente foi expulsa.
A pirotecnia das cenas de ação, seja nas partidas de motorball ou nas cenas de batalha, impressiona e supre a falta de entrosamento e carisma do elenco, onde por incrível que pareça apenas Rosa Salazar se destaca, atuando sob camadas de CGI. Waltz, Connely e Ali já venceram o Oscar mas aqui estão apáticos e muito mal aproveitados e em nada lembram o que se viu no mangá e no anime – faltou uma atenção especial a eles.
Assim como o anime, o longa adapta apenas os dois primeiros volumes do mangá, mas diferente doa animação que nunca teve continuação, parece que estamos diante de uma possível franquia. O mesmo não aconteceu com Ghost in the Shell – a tentativa de transformar o anime em seis grandiosos filmes fracassou logo na primeira tentativa.
Um crítico lá dos EUA disse que dessa vez, James Cameron falhou em não criar nenhuma conexão emocional com o expectador… Eu rebato: por acaso havia isso em Titanic ou Avatar? Claro que não.
Alita – Anjo de Combate, pode ter aqui e ali os seus defeitos, mesmo porque é um filme de origem, mas vale o ingresso e nos deixa na expectativa pelos próximos. Afinal, quem não quer saber o que acontece em Zalem?
Trailer
FICHA TÉCNICA
Título: Alita – Anjo de Combate
Título Original: Alita: Battle Angel
Direção: Robert Rodriguez
Data de Lançamento: 14 de janeiro de 2019.
Nota 3,5/5
*conferimos o filme na cabine de imprensa
Italo Morelli Jr.
Na Nossa Estante

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