Limites do Tempo [Resenha Literária]

Limites do Tempo é o segundo livro da trilogia Chronos. O primeiro livro, Viajantes do Tempo (leia a resenha aqui) foi um pouco diferente do que pensei que seria, mas legal o suficiente para que eu quisesse continuar a leitura dos outros livros. Essa resenha pode conter spoilers do livro anterior, então, sinta-se avisado.
Agora que Kate sabe sobre o plano do seu avô Saul e sua tia Prudence de destruir uma parte da raça humana (Thanos, é você?), ela tem que encontrar todos os historiadores espalhados pelo passado e pegar suas chaves Chronos antes que seus parentes psicopatas os encontrem.
Esse livro tem um ritmo bem mais dinâmico e fluído que o anterior. Enquanto Viajantes do Tempo nos apresentou toda essa questão de chave Chronos, como funcionam para viajar no tempo, aqui vemos tudo mais na prática. No início eu fiquei meio perdida por não lembrar de alguns detalhes, mas logo peguei o ritmo da história.
Nesse segundo livro é bem perceptível um crescimento na escrita da Rysa e como ela conduz a história. O primeiro livro foi bem introdutório, já esse tem muito mais ação, suspense, altas teorias e um pouco de drama, principalmente da parte de Kate e esse peso em suas costas. Pela narração ser em primeira pessoa, ficamos conectados a Kate em todo o livro, mas ela não é uma protagonista chata. As descrições são feitas na medida certa, sem muitos detalhes, mas o suficiente para você poder entrar no clima.
Ao viajar no tempo, Kate testemunha muitos acontecimentos que a fazem querer mudar, mas ela está ciente que isso pode causar uma alteração muito grande na linha do tempo. Em alguns momentos ela se sente inútil e sem poder, mas ela sabe que sua missão de pegar todos os medalhões irá salvar o futuro da humanidade.
De início, pensei que Kate seria um tanto impulsiva, mas ela estuda e analisa todas as possibilidades para justamente não bagunçar mais ainda a linha do tempo em que vive. Ela continua a mesma menina corajosa e determinada do livro anterior, um tanto teimosa também, mas também ela está mais centrada, paciente e ouvinte. A personagem tem um grande crescimento durante a história. Se fosse euzinha no lugar dela, estaria em posição fetal, chorando horrores; já Kate enfrenta tudo de cabeça erguida e pronta para fazer os sacrifícios necessários para que Saul não ponha em prática seu plano.
Na resenha passada comentei sobre um possível triângulo amoroso. Ele realmente acontece aqui mas não é o foco da história. Com a alteração da linha do tempo Trey não se lembra de Kate e, após assistir a si mesmo em um vídeo explicando toda a sua situação, dá pra sentir que ele ainda tem um pé atrás com tudo isso. Já Kate é convicta no seu sentimento por Trey, mas ao mesmo tempo não deixa de sofrer um pouco por Kiernan e o sentimento dele por ela; melhor, pela Kate dele, que desapareceu. Ela sabe que Kiernan sofre por ela não ser a Kate que o amava e ainda ter que conviver com ela, mas ambos estão cientes que são os únicos que podem acabar com o plano de Saul.
De início, pode ser um pouco incômodo, mas me coloquei no lugar dessas pessoas e deu pra simpatizar um pouco. Imagina se um dia a pessoa que você ama desaparece sem mais nem menos e você tem que conviver com sua cópia? Ou então a pessoa que você ama esquece de você num passo de mágica? Como falei, o romance não é o foco da história, mas ele aparece nos momentos certos, sem ser forçado. Kate tem uma boa química com os dois personagens e tanto Trey quanto Kiernan dão o espaço necessário e respeitam as decisões tomadas por ela.
Interessante como a Rysa abordou assuntos como racismo e religião. A questão da influência da religião na vida das pessoas e até onde essas pessoas estão dispostas a ir no dito “nome da religião”. Já a questão do racismo se apresenta quando Kate viaja até uma Georgia no final dos anos 40, onde ainda era crime casais interraciais, quando não ser um crime a pessoa ser negra.
De início, os capítulos um pouco grandes foram um pequeno problema, mas depois que eu peguei o ritmo e o envolvimento na história, nem senti eles passarem até chegar no próximo. O final deixa algumas informações e um ótimo gancho para o próximo livro.
Quanto a edição, a Darkside repetiu o que utilizou no livro anterior: as folhas amareladas e uma fonte confortável aos olhos. Algumas pessoas podem estranhar as aspas no lugar do travessão, mas quem já é leitor assíduo da editora já se acostumou. A capa de Viajantes do Tempo é a minha favorita, mas eu também amei essa e suas combinações de cores. Alguns detalhes são brilhos, dando um charme a mais.
Limites do Tempo passou longe de cair na maldição do segundo livro, terminando esse exemplar com um gosto de quero mais e ansiedade para o próximo livro.
FICHA TÉCNICA
Título: Limites do Tempo (Chronos #2)
Autor: Rysa Walker
Nota: 4/5 ♥
Onde Comprar: Amazon

6 thoughts on “Limites do Tempo [Resenha Literária]

  • 19 de novembro de 2018 em 12:18
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    Se não me engano, já vi uma resenha sobre esse livro e a pessoa tinha gostado bastante também. Gosto bastante de histórias assim, então acho que iria ser uma aventura conhecer esse livro..

    http://www.kailagarcia.com

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  • 19 de novembro de 2018 em 13:59
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    Acho as capas desses livros a coisa mais linda e eu fiquei muito curiosa em ler eles agora! Adorei o fato da autora tratar sobre racismo, acho um tema muito importante para ser falado! Os Delírios Literários de Lex

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  • 19 de novembro de 2018 em 17:55
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    Oi Lu,
    Confesso que mesmo não lendo o livro anterior li a resenha pq não é um livro que me chame a atenção, mano ao mesmo tempo gosto de viagens no tempo, então bate aquela indecisão: ler ou não ler?
    O triângulo amoroso não ser foco me anima ainda mais!
    Beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/?m=1

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  • 19 de novembro de 2018 em 20:17
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    Oie Lu =)

    Eu adoro histórias com viagens no tempo! Estou de olho nesses livros faz algum tempinho, mas ando buscando ser fiel a minha promessa de não comprar livros depois da Bienal rs…

    Beijos;***
    Ane Reis | Blog My Dear Library.

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  • 19 de novembro de 2018 em 20:53
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    Hey Lu! Turupom?
    Li em algum lugar que o primeiro livro tinha uma história bem complexa, então acabei tirando da minha lista, acredita?
    Obrigada pelo comentário lá no blog.
    Volte sempre!

    ~ miiistoquente

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