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Elite [Resenha da série]

Se você procura uma série rápida, marcante e com pessoas com sentimentos profundos, sugiro Elite, a nova aposta da Netflix!
Depois de um problema na escola que frequentam, três alunos do ensino público são transferidos para uma escola particular, a mais rica e exclusiva na Espanha, onde os filhos da Elite estudam. O choque entre os menos favorecidos e àqueles que têm de tudo culmina em um assassinato e grande parte da temporada é sobre o atrito entre suas culturas. Agora a pergunta principal: quem está por trás do crime?
A série traz à tona outras séries, Riverdale por seu ritmo e seus adolescentes extremamente atraentes, que não se dão bem, e Gossip Girl por motivos semelhantes. Também lembrará de Big Little Lies, em grande parte por sua estrutura, que inclui cenas de flashbacks onde um policial interroga todos os personagens principais sobre um assassinato. A série lembra também How to Get Away With Murder por caminhar entre presente e passado, e por outro ponto que fica bem claro durante sua trajetória!!
Elite cutuca os pontos culturais sensíveis, como adolescentes gays, doenças sexualmente transmissíveis, racismo e corrupção. Mas ao tocar nesses assuntos fornece mais combustível para o seu emaranhado de estudantes no ensino médio, que continuam se apaixonando pelas pessoas erradas, decepcionando seus pais, se divertindo demais e fazendo escolhas terríveis que você simplesmente sabe que eles não podem evitar. E se grande parte da produção da série vier da divisão entre os ricos e os pobres, sua mensagem subjacente é de igualdade.
Parte do motivo pelo qual Elite funciona tão bem é que ela começa com tipos de caracteres reconhecíveis e clichês, mas não demora muito para que eles se transformem em criações mais idiossincráticas. Ambos os lados dessa equação são cruciais para seu sucesso. A Elite precisa que essas crianças comecem como representantes de toda uma classe abstrata de pessoas, de modo que possam rapidamente incorporar as tensões narrativas de seus papéis como uma forma abreviada. Há Nadia, a bolsista que usa um hijab e é forçada a tirá-lo durante a escola. Há Guzmán, o bonitão e ultra privilegiado garoto alfa que pode até ficar um pouco triste. Há Lu, a vilã mega rica e esnobe que sempre tem que seguir seu próprio caminho.
No entanto, Elite é ainda melhor do que eu esperava porque leva esses tipos e lhes dá mais vida interna. Isso é particularmente verdadeiro para Marina, que é rica, trágica e simpática e também está longe de ser angelical, e Christian, um garoto que tem bolsa de estudos que é pego em uma aposta no ensino médio para envergonhá-lo, mas de alguma forma se transforma em uma relação tríade surpreendentemente funcional entre ele e um dos casais de ouro mais privilegiados da escola. Esse desenvolvimento de personagem nuançado é um pouco menos verdadeiro para Samuel, o último dos três alunos que têm bolsa de estudos, que passa a maior parte da temporada tentando ser o cara legal em inúmeras situações impossíveis, e que muitas vezes não tem mais nada a dizer do que palavras clichês. Além disso, até o final da temporada, as coisas aceleram para um ritmo tão perigoso que seus poucos momentos de estupidez comparativa são facilmente perdoáveis.
A série não força novos limites na televisão, não é uma reinicialização de uma antiga série, e definitivamente não visa a experimentação intelectual. Apesar disso – ou mais provavelmente por causa disso! – seu compromisso com o melodrama vertiginoso é inegavelmente agradável.
Elite traz uma visão adulta para o drama adolescente tradicional, é diferente e introduzida com apostas altas, vale a pena dar uma chance aos primeiro oito episódios da série. A série obteve tanto sucesso que teve sua segunda temporada renovada para o próximo ano, com certeza veremos muito mais drama e mistério!!
FICHA TÉCNICA
Título: Elite
Criadores: Carlos Montero e Dario Madrona
Data de lançamento: 05 de outubro de 2018
Nota: 4/5
Netflix
Natália Silva
Na Nossa Estante

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