Gauguin – Viagem ao Taiti [Resenha do Filme]

São raros os filmes sobre os grandes nomes da pintura e é grande a demora em se produzir um que possa nos apresentar o artista e sua obra. O problema é que 90 minutos de duração (ou que fossem 120) jamais seriam suficientes para abranger tanto a vida pessoal do artista quanto cada detalhe do seu trabalho – uma minissérie seria o mais adequado. Portanto, Gauguin – Viagem ao Taiti, baseado no livro Noa Noa do próprio pintor, que é uma espécie de diário de viagens, mostra apenas o período em que Gauguin, cansado da vida miserável em Paris, onde não consegue vender seus quadros, decide viajar até o Taiti, onde acredita que o contato com a natureza e outra civilização lhe dará inspiração para novas obras. 
Mais precisamente em 1891, Gauguin se exila em meio a natureza selvagem, mas as coisas não são tão fáceis quanto ele imaginava. Aqui vemos o quanto ele estava doente e debilitado, tendo que trabalhar duro como estivador, mas nunca há enfoque no seu estado emocional e mental. Mesmo muito abatido, sem dinheiro e com poucos recursos, Gauguin nem pensa em voltar para a França – parece estar feliz com seu isolamento, longe da moral, estética e costumes franceses, e também de sua esposa Mette e seus cinco filhos, por vontade dela. Ele dizia que nenhuma paisagem ou rosto francês merecia ser pintado. 
Vincent Cassel está espetacular no papel, numa entrega emocionante. Perdeu bastante peso para se assemelhar mais a essa fase do artista e nos dá uma atuação superlativa, precisa e sem histrionismos. Destaque também para a jovem e talentosa Tuhëi Adams no papel de sua esposa local, que se torna sua musa inspiradora para várias de suas futuras obras mais consagradas. 
A direção de arte e fotografia são lindas e a captação do sons da natureza é notável, ouve-se o som da chuva, do rio e dos pássaros com extrema nitidez. Fica claro que a intenção do diretor Edouard Deluc não foi fazer um filme arrebatador e de profundo impacto emocional, como por exemplo Sede de Viver (1956) sobre a vida do pintor Vincent Van Gogh

Gauguin – Viagem ao Taiti é um filme menor, simpático e agradável de assistir. Não exagera no drama e não fica justificando ao espectador esse ou aquele acontecimento, o que não o torna um filme cansativo. 
Recomendo que o espectador assista aos créditos finais, onde são mostrados os quadros criados pelo artista nessa época. 
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: Gauguin – Viagem ao Taiti 
Título Original: Gauguin: Voyage de Tahiti
Diretor: Edouard Deluc
Data de lançamento: 23 de agosto de 2018
Nota 3,5/5

Italo Morelli

3 thoughts on “Gauguin – Viagem ao Taiti [Resenha do Filme]

  • 23 de agosto de 2018 em 23:02
    Permalink

    Oi, Ítalo!
    Eu curto esse ator, mas não sei se assistiria esse filme. Não faz muito meu estilo, sabe?
    Beijos
    Balaio de Babados

    Resposta
  • 24 de agosto de 2018 em 04:44
    Permalink

    Oi, Italo

    Eu como filha de artista plástico deveria me interessar, mas o amor à arte não me picou. Hahahaha
    Vou comentar com meu pai, talvez ele se interesse.

    Beijos
    – Tami
    https://www.meuepilogo.com

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Dicas de Filmes Para o Fim de Semana Dorama: Uma Família Inusitada
Dicas de Filmes Para o Fim de Semana Dorama: Uma Família Inusitada