Toc Toc [Resenha do Filme]

Seis pacientes na sala de espera de um médico milagroso, Dr. Palomero e cada um dos personagens possuem um transtorno psicológico diferente, e para passar o tempo eles vão se conhecendo e tendo que lidar com os problemas de cada um.

Emilio (Paco León) é aritmomaníaco e acumulador, uma boa pessoa, mas por vezes inconveniente. Federico (Oscar Martínez) tem compulsão por insulto e começa a xingar sem querer, parece muito estranho andando na rua, tentando se controlar. Blanca (Alexandra Jiménez) acha que em todos os lugares tem germes e não consegue tocar em nada, a cena dela no banheiro do consultório é hilária! Achei que ela nunca fosse conseguir sair do banheiro, mas depois a cada toque ela volta e fui ficando cada vez mais angustiada. Otto (Adrián Lastra) não consegue andar na rua direito, não pode pisar em linhas e tem mania de organização. Ana María (Rossy de Palma) olha o gás antes de sair de casa várias vezes, mas ainda assim fica na dúvida se fechou ou não e Lili (Nuria Herrero) repete tudo, às vezes as últimas sílabas do que os outros falam, o que a faz parecer bem transtornada, o que de fato é, assim como todos.

Todos possuem um tipo de tormento obsessivo compulsivo e por mais que a gente consiga dar boas risadas com eles unidos, também é possível se sentir angustiado pela compulsão de cada um, escravos da própria mente, dos próprios medos, isolados das pessoas por serem considerados malucos ou até mesmo por não conseguirem se socializar como pessoas comuns.

O longa é divertidíssimo, ri muito em várias cenas, mas é aquele tipo de comédia inteligente que nos faz refletir também sobre o drama de cada um, principalmente porque em algum momento da vida, todos nós já fomos compulsivos ou obcecados por algo, portanto, é fácil se identificar ou sentir empatia pelos personagens que não conseguem viver e estão claramente pedindo por socorro.

A sala de espera do Dr. Palomero se torna uma terapia em grupo e até podemos ver um toque romântico entre alguns personagens, além de ter ficado encantada com a amizade que foi surgindo no grupo depois de tantos desabafos.

O elenco de atores está ótimo, com uma boa química e consegue mesclar o drama com a comédia, sem grandes exageros, na medida certa. O cenário em boa parte do tempo é apenas o consultório do misterioso médico, mas por meio de flashbacks vamos entendendo o que se passa com cada um na rotina de suas vidas e os personagens são muito bem desenvolvidos.

Toc Toc é um filme espanhol, adaptado da peça francesa de Laurent Baffie e deve ser ótimo acompanhar essa história no teatro! O longa nos traz uma excelente história que nos traz sentimentos ambíguos com cada personagem e ainda tem no final a revelação de quem é Dr. Palomero, o que foi genial.

Vale lembrar que até o momento deste post o filme está disponível na Netflix.

FICHA TÉCNICA
Título: Toc Toc
Diretor: Vicente Villanueva
Data do lançamento: 6 de outubro de 2017
Nota: 5/5
Warner Bros. Pictures
Michele Lima

11 thoughts on “Toc Toc [Resenha do Filme]

  • 15 de julho de 2018 em 12:13
    Permalink

    Olá, Michele.
    Eu achei o enredo muito bom e quando vi no final que tem na Netflix já corri lá para assistir que vai que tiram ele hehe. Acho legal eles mostrarem a doença de uma forma mais divertida.

    Prefácio

    Resposta
  • 15 de julho de 2018 em 15:56
    Permalink

    Oi, Mi!
    Estou namorando esse filme na Netflix já faz um tempinho, mas ainda não tive coragem de assistir. Eu amo filmes estrangeiros e esse parece ser muito divertido. Vou parar de frescura e vou assistir logo <3
    Beijinhos,

    Galáxia dos Desejos

    Resposta
  • 15 de julho de 2018 em 23:21
    Permalink

    Oie Mi =)

    Não conhecia o filme, mas acho bacana quando conseguem retratar uma "doença" que muitos as vezes encaram como fricote de uma forma divertida, como parece que acontece aqui.

    Vou procurar para assistir, já que convivo com pessoas que tem Toc.

    Beijos;***
    Ane Reis | Blog My Dear Library.

    Resposta
  • 16 de julho de 2018 em 01:22
    Permalink

    Oi, Mi
    Não conhecia o filme e sinto um pouco de falta de filmes engraçados mas que tem uma mensagem importante para passar, ultimamente ou eles são muito dramáticos ou as piadas não funcionam e deixam tudo engraçado demais. Vou anotar a dica!
    Beijos
    http://www.suddenlythings.com/

    Resposta
  • 17 de julho de 2018 em 20:35
    Permalink

    Oieeeeee Miiiiiiii
    Eu adorei o filme.
    Sabe que quando fui morar sozinha eu desenvolvi TOC de verificação?
    Olhava se tinha desligado o gás, se tinha trancado a porta, se não tinha vela acesa, daí um amigo disse que tinha passado por isso e sugeriu que eu falasse em voz alta: gás desligado, porta trancada. Foram uns 6 meses esse horror 🙁
    Massssss voltando ao filme, eu adorei, achei que não fosse gostar por causa do tema, mas foi tratado de maneira tão inteligente e sensível que rir (muito) foi consequência de um bom roteiro.
    Confesso que cada vez que o Federico falava um palavrão eu ria muitooooo :))
    Cheguei a desconfiar da recepcionista (que tb tinha o TOC de tudo arrumadinho) massss o final realmente me surpreendeu.
    Bjs Miiiiiiii sua linda
    Luli https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

    Resposta
  • 21 de julho de 2018 em 02:15
    Permalink

    Eu assisti e achei muito engraçado. E os personagens são cativantes. Recomendo.

    Resposta
  • 17 de março de 2019 em 02:10
    Permalink

    Este comentário foi removido pelo autor.

    Resposta
  • 23 de abril de 2019 em 21:54
    Permalink

    Eu simplesmente amei!
    Assistir à um filme que demonstra o quanto há sofrimento envolvido nesses tipos de transtornos, sem tornar o assunto pesaroso demais, foi muito gratificante.
    Parabéns a todos responsáveis pelo filme, principalmente aos atores que deram um show!!!

    Resposta
  • 19 de abril de 2022 em 12:17
    Permalink

    Tem uma cena que Lili sai pra chorar e que Othon caminha sem problemas sobre as linhas , foi um erro bem sútil.

    Resposta

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