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Good Girls [Resenha da Série]

Quando Good Girls, criada por Jenna Bans, apareceu no catálogo da Netflix duas coisas me chamaram atenção: parecia ser comédia, mas era um drama e Mae Whitman, do filme D.U.F.F. – Você Conhece, Tem ou É, estava no elenco! E achei que seria difícil desassociar a imagem da adolescente e vê-la como uma mãe, mas a atriz está excelente no papel, ainda que em muitos momentos se comporte como uma jovem inconsequente.
Três mães comuns vivem em Detroit passando por muitas dificuldades. Annie Marks (Mae Whitman) mora com a filha, que está se descobrindo como gênero masculino, é caixa de supermercado e vive com a ameaça de perder a guarda da filha para o ex, que está casado com uma mulher rica. Ruby Hill (Retta) é garçonete e tem uma filha com insuficiência renal e sofre bastante com o sistema público de saúde e Beth Boland (Christina Hendricks), irmã de Annie, é uma dona de casa com quatro filhos que aparentemente vivia bem, até descobrir que o marido a trai com a secretária e ainda tem uma enorme dívida que os fará perder a casa.
Um dia, Annie tem a brilhante ideia de assaltar o mercado em que trabalha e a ideia, que era só uma brincadeira, começou a tomar forma e as três de fato fazem o roubo com o intuito de pegar apenas o necessário para resolver os problemas. No entanto, foi só o começo de uma vida cheia de crimes, já que o lugar era depósito para lavagem de dinheiro de uma gangue e para conseguir pagar a dívida com o traficante Rio (Manny Montana), elas acabam cada vez mais envolvidas com o crime.
É certo que tudo começa com uma ideia maluca, mas cada vez mais elas se afundam na criminalidade e vão se acostumando com a ideia de ter dinheiro fácil. O advogado de Annie é muito caro, Ruby perde o emprego e a filha precisa de um tratamento caro e Beth quer pagar todas as dívidas e dar conforto aos filhos, além de ser a personagem que sem dúvida é completamente seduzida pelo poder do dinheiro.
A cada episódio as amigas precisam lidar com problemas diferentes, como o fato de Boomer (David Hornsby), chefe de Annie, descobrir o roubo do mercado e passar a chantageá-la, tentando obrigá-la a transar com ele. O personagem é deplorável, um homem escroto com ego ferido. E ainda tem o Dean (Matthew Lillard), o marido imbecil de Beth, que bem que tenta recuperar o carinho da esposa.
O trio de protagonistas é incrível. Annie tem uma clara tendência a ser trambiqueira, sempre com uma ideia de roubo na cabeça, sem pensar muito nas consequências. Ruby é a das três a que mais sente na consciência os crimes, mas precisa salvar a filha e Beth tem traços de psicopatia, sendo a personagem que mais surpreende. Beth começa como uma pacata dona de casa, mas aos poucos se torna líder da três, sua relação com Rio é cheia de tensão e é sempre bom ver os dois conversando.
A série em alguns momentos me lembra bastante Desperate Housewives, é possível rir em muitos momentos, já que os diálogos são ótimos, mas boa parte da trama é carregada de drama e é impossível não se perguntar como elas vão conseguir escapar da criminalidade.
Good Girls tem um ótimo elenco, a química entre Mae Whitman, Retta e Christina Hendricks é perfeita e as atriz estão ótimas no drama. O roteiro dosa muito bem os momentos de tensão com alívios cômicos e personagens bem reais. Várias vezes a gente se pergunta como pessoas comuns se tornam bandidos e a série constrói a trajetórias das protagonistas muito bem, com personagens bem complexos.
Good Girls tem a primeira temporada disponível na Netflix e com certeza é uma das melhores do catálogo. Vale a pena conferir.
Michele Lima
Na Nossa Estante

View Comments

  • Olá, Michele.
    Eu adicionei a série na minha lista porque achei o enredo bom. E agora lendo suas palavras vou passar ela na frente porque me pareceu ser ótima e no estilo que gosto de assistir.

    Prefácio

  • Oiii Mi

    Ja tenho uma lista enorme de séries pra ver por causa de ti, é que adoro as recomendações, de verdade. Good Girls eu nem conhecia ainda, ando bem por fora, mas ja anotei assim que comecei a ler a resenha, é que adorei a premissa e saber que o trio feminino é tão cheio de quimica e carisma me convence completamente. Com certeza estará entre as próximas séries que quero conferir.

    Beijos

    http://www.derepentenoultimolivro.com

  • Oi, Mi
    Eu jamais imaginaria que essa seria uma série com essa temática. Estou chocada! Também fiquei com um pé atrás em relação a Mae fazer um papel de mãe adulta, acho que só assistindo pra crer mesmo que deu certo. Vou tentar dar uma olhadinha na série.
    Beijos
    http://www.suddenlythings.com/

  • Oi Mi, tudo bem?
    Se você não fala eu nem ia reconhecer, a Mae parece tão novinha no filme DUFF e agora como mãe, as produções fazem milagres não é mesmo? Tenho visto ótimos comentários sobre a série, mas ainda não tive tempo para assistir, parece ser bem divertida.
    Adorei a dica!

    Obrigada pelo carinho. Volte sempre!
    Um super beijo :*
    Claris - Plasticodelic

  • Oi, Michele. Tudo bem?
    Não conhecia a série, vi um teaser rápido mas não fiquei interessada, só que quando você falou que lembra desperat housewives já me deixou aguçada. Muito boa a resenha!

    Já estou seguindo, se puder passar por aqui também, eu agradeço.

    Xero
    lidiiadias.blogspot.com

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