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Eu não sou um homem fácil [Resenha do Filme]

Não é de hoje que o cinema francês me agrada, principalmente na questão das comédias e Eu não sou um homem fácil (Je ne suis pas un homme facile), disponível até o momento na Netflix, não me decepcionou.
Christophe (Pierre Benezit) é um homem bem nojento, com atitudes machista e desrespeitosas. Não pode ver uma mulher na rua que assobia, não pode ver uma mulher em qualquer lugar que quer ficar com ela, parece que está no cio o tempo todo. Trata as mulheres sem o menor respeito e está criando um aplicativo masculino para medir a quantidade de sexo dos homem e se recusa a fazer igual para as mulheres, além de ser muito egoísta e achar que o mundo gira a seu redor. Embora o roteiro queira justificar as atitudes do protagonista com uma trauma no passado, é difícil ter empatia pelo personagem.
No entanto, de uma maneira bem bizarra Christophe bate a cabeça num poste e acorda num mundo dominado por mulheres. Os papéis se invertem e os homens precisam fazer exatamente o que nós mulheres fazemos: cuidar dos filhos, casa, depilações, ser julgado pelas aparências, se preocupar com elas, ser subestimados no trabalho, entre outras coisas. O universo invertido criado a partir do acidente do protagonista é ótimo, inclusive as mulheres ocupam cargos altos e difíceis, antes ocupados só por homens. A assistente de seu amigo vira chefe e como Christophe perde o emprego passa a trabalhar para ela e passam maus bocados. Precisa se depilar e inclusive usar roupas sociais sexy, com as pernas de fora.
É inegável que é bem divertido ver os homens passando por tais situações e as caras que Christophe faz ao ver os amigos se comportando como mulheres é hilária. E o protagonista acaba passando por tudo aquilo que ele proporcionava as mulheres, a parte do assédio sexual no trabalho e a cena de sexo são cenas bem interessantes.
Acredito que por trás da comédia que é ótima, o filme também tem a intenção de nos mostrar as dificuldades que nós mulheres passamos na nossa rotina diária e na área profissional. Ao usar de alguns estereótipos, o longa faz uma crítica sobre o papel da mulher, rasa, mas ainda assim interessante. A protagonista não usa sutiã, os homens se casam de vestidos e até tem uma cena de quase estupro com Christophe bêbado que no começo pareceu engraçada e depois me vi bem assustada. E ainda não sei o que pensar sobre a violência na relação dos personagens no final. E falando no fim, esperava mais do desfecho.
O desenvolvimento do protagonista acontece aos poucos durante o filme e o roteiro é no mínimo ousado, mas o final é bem inesperado, diferente do que imaginava, o que só prova que Eu não sou um homem fácil não é um filme comum. Apesar do fim não ter me agradado, acho que vale a pena conferir.
FICHA TÉCNICA
Título: Eu não sou um homem fácil
Título Original: Je ne suis pas un homme facile
Diretora: Eleonore Pourriat
Data de Lançamento: 13 de abril 2018
Nota: 3,5/5

Michele Lima

Na Nossa Estante

View Comments

  • Não conhecia este filme mas eu adoro cinema francês, adoro tantos as comédias como os bons dramas, tenho vários na minha lista de preferências e vários na minha lista de espera, vou anotar a dica =)

    MRS. MARGOT

  • Eu vi quando entrou esse filme, mas não assisti. Na verdade, passei direto por ele. Mas agora fiquei curiosa. Achei bem interessante essa troca de papéis nessa sociedade paralela. Desanimei um pouquinho por conta da informação sobre o final, mas acho que vou assistir, sim!

    =)

    Suelen Mattos
    ______________
    ROMANTIC GIRL

  • Oi, Mi
    Assisti o filme e também achei bem divertido o enredo, esse negócio dos caras trocarem de papéis com as mulheres só mostra o quanto a gente passa por dificuldade, sabe? Eu curti muito isso, pena que achei o final meio sem noção e por isso não gostei tanto da obra assim.
    Beijos

    http://www.suddenlythings.com/

  • Oi, Mi! Tudo bom?
    A Bianca falou muito desse filme (com a ressalva do fim) e ele tá na minha listinha só esperando um momento livre pra assistir. A premissa é GENIAL, e acredito que como todo mundo tem citado, é uma crítica bem embasada de como é o sexismo e como seria a situação se os papéis fossem invertidos. Quem sabe assim ajuda a abrir os olhos desse povo que acha que feminismo é 'frescura'...

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    http://www.queriaestarlendo.com.br

  • Oi Mi
    zapeando pela Netflix qse assisti a esse filme umas 2 vezes mas acabei desistindo
    vou dar um chance p ele, fiquei curiosa!

    Bjoooos
    muitospedacinhosdemim.blogspot.com.br

  • Eu já tinha parado de ver filmes na Netflix pois não tem nada de novo, mas me interessei por este filme, adoro comedias e acho que filmes que trazem um universo invertido sempre nos fazem pensar (Como no filme A Cor da Fúria - Uma realidade alternativa dos Estados Unidos, onde os negros compõem a elite sócio econômica do país e os brancos são marginalizados em guetos.).
    Com certeza vou assistir.
    Abraços,
    Gisela
    Ler para Divertir

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