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Altered Carbon [Resenha da Série]

Nunca um nome foi tão exato para uma série se comparada ao livro homônimo. Baseada é a palavra usada para definir uma série feita com referências ao universo de um livro, mas neste caso as modificações ficaram bastante evidentes. Alteraram muito a história em determinados momentos, criaram personagens, ignoraram outros, criaram e romperam vínculos, mas no final o que é mesmo importante é a intenção de entretenimento que foi plenamente alcançada. Eu adorei a série, principalmente porque respondeu a muitas perguntas que eu fiz durante a leitura do livro e que não obtive resposta. Por vezes eu pensei que talvez a intenção do autor fosse explorar este universo no segundo livro ou posteriormente, mas a série fez isso na primeira temporada e foi não só necessário como muito interessante visualizar o cenário futurista de um mundo comandado pela tecnologia.
A história da série é basicamente a mesma do livro, um Emissário, função que é muito bem explicada na série, vindo do Mundo de Harlan, que é seu planeta de origem, tem que investigar a morte de um Matusa (apelido que pessoas que vivem mais de 200 anos têm). Laurens J. Bancroft, o Matusa, por mais que as provas indiquem ao contrário, nega que tenha se matado e Takeshi Kovacs (Joel Kinnaman) precisa descobrir a verdade para ter de volta sua liberdade depois de ficar anos preso na prateleira, onde guardam os cartuchos de quem não está em um corpo. A essência de uma pessoa é armazenada em cartuchos colocados na nuca, podendo ser retirados e colocados em outro corpo. Os corpos podem ser sintéticos, clones ou virtuais e há opiniões divergentes sobre a legalidade espiritual deste procedimento que influencia no comportamento da sociedade da época.
Logo que chega Takeshi é abordado pela policial Kristin Ortega (Martha Higareda) que já havia investigado o caso e o dava por encerrado, já que considerava que Bancroft se matou. Ela passa a acompanhar e ajudar Takeshi em sua investigação, mas Kristen guarda segredo do motivo pelo qual está acompanhando o Emissário e mesmo assim eles acabam se envolvendo.
Investigar a morte do Matusa implica em ser seduzido pela esposa Miriam Bancroft (Kristin Lehman) e ter que lidar com a advogada que tem a intenção de também se tornar uma Matusa, além de se aventurar por em lugares estranhos onde não há lei que não seja aquela imposta pelos homens poderosos.
O resto é tiro, luta, pancadaria e sangue, mas tudo muito bem feito e dentro do contexto da história.
Apesar de todas as alterações feitas na história, a série chega a ser, não digo melhor que o livro, mas mais fácil de entender o universo criado por Richard Morgan. Fica mais simples entender o passado do Emissário e a riqueza de detalhes visuais faz o mundo do futuro ficar muito interessante de se ver.
Joel Kinnaman está sensacional como Takeshi Kovacs, mas já deu entrevista dizendo que não sabe se deve voltar para a segunda temporada da série, e lendo o livro e assistindo o décimo e último episódio já disponível na Netflix, dá pra entender o motivo, mas mesmo assim é uma grande perda, porém não tão impactante ao ponto de fazer a série ficar desinteressante, porque a história é muito boa!
Se quiser mais informações e detalhes sobre o livro e este universo futurista você pode CLICAR AQUI e ler a resenha do livro, mas deixo avisado que algumas pessoas podem considerar o texto com spoilers, o que pra mim não é relevante, principalmente porque na série o que deixa a gente incrédulo não acontece no livro, pequenos detalhes como uma mochila, a inteligência artificial que ajuda Kovacs e um grande detalhe que é o vilão da história, fazem a série ser nova para quem leu o livro.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Criador e roteirista: Laeta Kalogridis
Baseado no livro Carbono Alterado de Richard Morgan
Diretor:  Miguel Sapochnik
Nota: 4/5
Netflix

Marise Ferreira

Na Nossa Estante

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