Extraordinário [Resenha do Filme]

Dizer que Extraordinário é extraordinário não seria exagero de minha parte, é um filme atual, pertinente e com uma incrível lição de vida.

Auggie (Jacob Tremblay) é um garotinho que nasceu com um problema, passou por 27 cirurgias e infelizmente tem o rosto deformado. Passou a vida toda sendo ensinado pela mãe, mas ela agora acha que está na hora do filho ir para escola. O pai, acha que é melhor não, mas Nate (Owen Wilson) é o tipo do marido que apoia a esposa em todas as decisões, um homem sem dúvida fantástico e que nos tira boas risadas ao longo do filme, mesmo porque Extraordinário é assim, é lindo e também divertido.

Não é fácil para o protagonista enfrentar a escola, mas antes das aulas sua mãe o leva para uma visita ao diretor que pede para alguns alunos mostrarem o colégio para Auggie. Assim, conhecemos Charlotte (Elle McKinnon), uma garotinha simpática que adora falar de seus sucessos como atriz, o carismático Jack Will (Noah Jupe) e o insuportável Julian (Bryce Gheisar) que ao longo da história vai fazendo a vida do protagonista um inferno escolar. O garoto tenta inclusive atrapalhar a amizade de Jack e Auggie, uma vez que Jack percebe logo que o novo aluno é um garoto incrível, engraçado e um excelente amigo. A amizade dos dois é com certeza o ponto forte da trama.

Assim como livro, o filme mostra o ponto de vista de diversos personagens, como a irmã de Auggie, Via (Izabela Vidovic), a sua melhor amiga Miranda (Danielle Rose Russell) e até mesmo a perspectiva da história por Jack e dessa forma, vamos conhecendo melhor os personagens. O roteiro foi bem ágil neste aspecto e vai construindo muito bem a narrativa sem cansar o espectador. Via é uma garota super compreensiva, mas que se sente bastante negligenciada pelos pais, afinal, tudo gira em torno de Auggie. E para piorar a situação, sua amizade com Miranda está bastante estremecida.

O longa emociona em vários momentos, muitas cenas tristes que possuem uma leveza incrível que não deixa a história piegas, o que me agrada bastante. Auggie sofre em ser solitário, mas a sua imaginação o ajuda, como a aparição de Chewbacca no meio da escola, faz com que mesmo as cenas mais tristes fiquem de alguma forma divertidas. Sua natureza alegre e simpática torna o personagem extremamente carismático, e fica difícil não ir às lágrimas com tudo que ele passa. E destaque também para Jack Will que embora tenha cometido seus erros é um garoto de personalidade.

Julia Roberts interpreta uma incrível mãe que tenta fazer de tudo pelo seu filho, ao mesmo tempo que tenta não ser negligente com a filha, é uma mãe durona e simpática. E Olsen realmente se encontrou em papéis que dosam muito bem a comédia com o drama. Claro que o grande destaque mesmo é para o elenco infantil que dá um show de interpretação, principalmente Jacob Tremblay, que já havia se destacado no filme O quarto de Jack.

Enfim, Extraordinário não é um filme que força o drama, que força as emoções, é uma história bonita, real e de superação, não só de Auggie, mas de todos os personagens de alguma forma. Como não existe um grande clímax na história, o longa parece apenas mostrar um trecho da vida do protagonista, sem grandes exageros.

Extraordinário é bonito, sensível e importante para os dias atuais.