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Original Netflix: The Crown

A Família Real Britânica, um assunto que nós, pessoas do século XXI, o cinema, o noticiário, documentaristas, não cansam de falar, mostrar e querer saber mais sobre. Quando anunciada, The Crown já estava sofrendo com os burburinhos de ansiedade e outros de descrença sobre o que a série poderia nos trazer. Sendo a mais cara da Netflix, no mínimo, tem que ser ótima, não é mesmo? Ao menos recebeu tantas indicações que algumas resultaram em ganhos, o que é excelente para o serviço de streaming.
Saber a linha do tempo ou os acontecimentos da série não é nada difícil se você costuma ver filmes que falam sobre a Monarquia, praticamente temos uma cronologia perfeita se formos assistir O Discurso do Rei e depois The Crown. O que não faltou nessa produção, foi uma pesquisa minuciosa sobre os primeiros anos de reinado da Rainha e todo mundo a sua volta.
Com o drama voltado para a posse da Rainha Elizabeth e seus anos seguintes de forma precisa, vamos acompanhando de perto todas as decisões da mesma, sempre entre as regras da política e os dogmas da igreja. Como governar e tentar fazer as coisas certas se principalmente, temos a família no meio desses dois pilares da Coroa? Logo você percebe que nem você e nem ela estão preparados para isso. A narrativa mostra muito bem toda a tensão e preocupações sobre a pequena Elizabeth e a correria para ela aprender tudo – que logo por ser uma dama, não fora formada em diversas áreas que vai ter que lidar como Rainha – e finalmente ser coroada. As atuações constroem o drama e momentos sem necessitar diálogos longos, mas muita troca de olhares e gestos.
A narrativa não é o tempo todo voltada para Elizabeth, muitas vezes temos até mesmo episódios praticamente inteiros focados no Primeiro-Ministro Winston Churchill que não fora somente polêmico algumas vezes, mas uma voz que Elizabeth teve que escutar. Outros momentos o drama se volta para a Princesa Margaret e toda sua “rebeldia” em não ser uma “sem graça”. E podem acreditar, temos um assunto que é sutilmente demonstrado na série: o machismo que Elizabeth sofre até mesmo do próprio marido.
Com uma produção invejável, somos transportados para 1950 sem qualquer esforço da nossa parte. A direção de arte e todos seus subprodutos podem ser elogiados como perfeitos. A composição das cenas, muitas vezes mostrando a grandiosidade da Coroa e o quanto o ser humano é pequeno dentro dos cenários de castelos e da igreja, outras vezes temos cenários naturais que é como se fosse um contraste de tanta rigidez e elegância. Vemos muitas vezes cenas com tudo extremamente centralizado, dando total foque ao que o espectador deve ver e muita habilidade com as cenas que usam as sombras para mostrar a atmosfera da cena sem os personagens demonstrarem muito. Os figurinos são um personagem à parte, tão bem trabalhados e fieis que eu poderia soltar suspiros com o cuidado que tiveram com cada peça de roupa.

Claire Foy atuou como nunca atuou, trouxe um símbolo da nossa história de forma que ela parece sólida, real e humana. Podemos acompanhar o amadurecimento de uma jovem recém-casada em uma monarca séria. Matt Smith é Philip, marido de Elizabeht, homem ganancioso que queria que a monarquia levasse o seu sobrenome, mas é deixado de escanteio e sendo o marido que muitas vezes a deixava na mão, porém, outras vezes uma pessoa correta. Vanessa Kirby, Princesa Margaret, fazia questão de mostrar o que sua irmã tinha de sem graça, ela tinha e principalmente sensualidade com um toque rebelde.

The Crown mostra a grandiosidade da Coroa e também mostra a dor e problemas de ter uma, uma série rica em detalhes que faz o que se foi esperado da mesma. Apesar de alguns episódios lentos, outros com muita história, não estraga o ritmo da série. Além do mais, Rainha Elizabeth está jovem nessa primeira temporada, tem muita história pela frente.

Carol Espilotro

Na Nossa Estante

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