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Até Que a Culpa Nos Separe [Resenha Literária]

Em Até Que a Culpa Nos Separe a autora Liane Moriarty analisa minuciosamente a amizade de Clementine e Erika.
Clementine é violoncelista e está praticando para um teste de permanência em uma orquestra famosa, é casada com Sam e tem duas filhas, Ruby e Holly. Erika é contadora e casada com Oliver e dizia não querer ter filhos.
Clementine e Erika são amigas desde criança, não são o tipo de amigas a que estamos acostumadas a ter, são um tipo diferente. Talvez na verdade esta amizade seja unilateral e aos poucos elas vão descobrir isso enquanto participam de um churrasco na casa dos vizinhos de Erika, Vid que é um eletricista e Tiffany que é uma sucedida vendedora de imóveis com um passado interessante. Os dois são pais de Dakota, adoram receber e animar uma festa e foi durante o churrasco na casa deles que começaram uma boa relação com Clementine e Sam. Eles interagiam com muito interesse e entusiasmo, até que um grito rompe os sorrisos e o acidente que aconteceu durante a festa começa a ameaçar a harmonia destas famílias.
Erika não se lembra muito bem do que aconteceu, ela sabe que tem alguma coisa a ver com Harry, o vizinho idoso, solitário e que sempre está reclamando de tudo e de todos, mas ela não consegue se lembrar, nem mesmo quando ele não é visto durante dias por ninguém e Oliver e Tiffany vão bater à sua porta e descobrem algo horrível.
Clementine passa a dar palestras e contar o que aconteceu no churrasco para grupos de pessoas na intenção de ajudar quem sofre o mesmo trauma. Sam não está sendo ele mesmo e Oliver continua sendo sempre o gentil companheiro de Erika por quem ela está disposta a fazer tudo para manter o casamento, inclusive pedir um favor daqueles muito difíceis para a amiga Clementine. Cheios de ansiedade e esperança, Erika e Oliver esperam que Clementine possa ajudá-los a realizar um grande sonho, mas depois do churrasco tudo ficou muito mais difícil, e o fato de Erika e Oliver virem de lares problemáticos dá a eles perspectivas diferentes, enquanto Clementine e Sam vieram de lares amorosos, mas não são as pessoas bondosas e altruístas que as pessoas acreditam conhecer.
O relacionamento destes jovens casais vai se desenhando para o leitor e nem sempre o desenho é bonito e colorido, algumas vezes é de traços grossos em preto e branco. Liane desenha com riqueza de detalhes o relacionamento dos casais, a culpa que os atinge e como eles vão reagir a ela depois do que aconteceu no churrasco.

Sendo o terceiro livro que leio da Liane Moriarty eu confesso que esperava mais. É uma leitura mais lenta e detalhada, algumas vezes repetitiva, às vezes cansativa. Liane demora a desenrolar os fatos e isso me incomodou um pouco, porque estava acostumada a um ritmo mais intenso nos livros dela. É um bom livro, com certeza, e tem até aquele choque de realidade que ela costuma reservar para o final, mas não sei por que, desta vez ela não me surpreendeu de maneira que eu ficasse de boca aberta por alguns dias, minha perplexidade durou apenas algumas horas.
FICHA TÉCNICA
Título: Até Que a Culpa Nos Separe
Autora: Liane Moriarty
Onde Comprar: Amazon
Marise Ferreira
Na Nossa Estante

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