Não, eu não li o livro, embora você possa ler sobre ele
AQUI. Então essa resenha não será uma comparação com a obra original de
Os 13 porquês, mas antes mesmo de começar o texto um momento desabafo. Quando alguém no cinema levanta a plaquinha “No livro não é assim” eu levanto a minha de “Dane-se”. Não sou daquelas que acha que uma adaptação tem que ser igual ao original. Adaptação não é cópia fiel, e isso é até uma questão básica de significado de palavras. Acho que se for bem parecido, seguir a mesma linha, for “fiel” a história original, é algo ótimo, excelente. No entanto, nem sempre funciona, às vezes as mudanças são necessárias, deixa o roteiro mais dinâmico e ágil. Mudança nem sempre é algo ruim quando se trata de adaptações. O que me importa é se a obra funciona sozinha e no caso de
13 Reasons Why acredito que deu certo, pois mesmo não tendo lido o livro consegui entender muito bem a série.
Agora deixando o desabafo de lado, 13 Reasons Why me deixou viciada na história, me fez querer o livro (ponto pra série, nem sempre isso acontece) e me fez me sentir uma inútil porque não consegui fazer mais nada da vida até terminar de ver.
Hannah Baker (Katherine Langford) cometeu suicídio e gravou em fitas os 13 motivos que a levaram a tal atitude e mandou para as pessoas citadas no áudio. Clay Jensen (Dylan Minnette) é uma dessas pessoas, colega de sala de Hannah e evidentemente interessado amorosamente na moça. A série é narrada por Clay e ao ouvir as fitas vamos tendo flashbacks de tudo que aconteceu.
Eu li algumas pessoas dizendo que alguns motivos que Hannah apresenta são fracos, talvez, pra quem tenha um bom psicológico. O fato é que Hannah sofre de depressão e a soma de todos os motivos ajudaram a menina a cometer o suicídio. A solidão, o vazio que Hannah estava sentindo eram quase que palpáveis e posso imaginar a dor dos pais que vivem uma tragédia dessas. Tenho tios que passaram por isso e quanto mais cedo se detecta os sintomas melhor. Só que os pais da protagonista não tinham ideia do que a filha estava passando e tentam depois, desesperadamente, entender o que levou a filha a se matar.
Kate Walsh está excelente como mãe de Hannah, o que me faz ter certeza de que
Grey’s Anatomy perdeu uma excelente atriz quando ela se foi para fazer
Private Practice. As expressões de dor de Kate comovem, seu transtorno e obsessão para saber se a filha sofreu bullying é angustiante. Na verdade, todo o elenco da série está muito bem. Tony de
Christian Navarro (com aquele topete absurdo) parece ser mais maduro do que a idade que tem, age e fala como uma adulto e podemos perceber por que Hannah e Clay confiaram tanto nele. E sobre Clay, eu confesso que em alguns momentos tive vontade de dar uns tapas na criatura que ficou enrolando para ouvir todas as fitas.
E vale também destacar os episódios 9 e 12 que já começam com um aviso de cenas fortes e o 13 em que a gente assiste a cena de suicídio. Momentos impactantes.
Uma coisa que fiquei pensando durante a série foi sobre a educação que esses pais dão aos filhos. Acho incrível a mãe do Clay saber que o filho não está bem e deixar que ele mesmo, um dia, responda suas perguntas. Minha nossa, na minha adolescência eu teria sofrido um interrogatório de 15 minutos que teria me feito contar todos os meus segredos e me borrar nas calças. Tudo bem que não tive o melhor exemplo de criação (ou na verdade bem que tive), já que minha mãe sempre foi um tanto controladora, daquelas que sabia exatamente a duração do percurso de volta da escola e se eu demorasse, coisa boa não estava acontecendo, porque se tivesse, ela teria sido informada. Isso quando a própria não ia me buscar! De qualquer forma, os adolescentes de 13 Reasons Why não sabem lidar com a liberdade que possuem e acho que no final das contas minha mãe sabia que eu também não saberia lidar. Talvez, se fosse diferente, eu teria ido tomar cerveja ou vodca na praça como os meus colegas de sala faziam, como parece ser bem comum também na escola da série.
13 Reasons Why trata de temas fortes, como estupro, drogas e bullying. Temas que devem ser discutidos constantemente. Hannah foi acusada pelos colegas de querer chamar atenção com as fitas e eu concordo, Hannah queria mesmo chamar atenção, mas para o fato da falta de empatia dos adolescentes pelos seus sentimentos, para falta de senso de responsabilidade de cada um, para a inércia que Clay estava vivendo, para a negligência escolar! E Hannah tentou buscar ajuda, como podemos ver no último episódio, só não conseguiu….
Enfim, a série é muito bem produzida, com uma história
incrível, muito bem amarrada em que o suspense sobre quem está na fita, o
motivo de Clay ser citado, o resultado do processo contra a escola, tudo foi
trabalhado de modo que ao terminar um capítulo, a gente queria assistir ao próximo.
Queria mais do final, queria saber sobre os pais de Hannah, mas terminou de
certa forma bem conclusivo.
Se você não leu o livro como eu, vai terminar de ver a série
com vontade ler a obra original.
Michele Lima
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Olá, Mi!
Não sabia que teria a cena do suicídio, porque no livro não vemos ele!!
Terminei o livro hoje e estou mega curiosa pra assistir a série. Adorei os pontos que você comentou! No livro também não temos uma forte participação da mãe da Hannah como aparentemente a série tem.
Beijão
Leitora Cretina
Oi Mô! Tem a cena sim e eu achei bem forte! espero que vc tb goste da série!
Oi Mi, tudo bem?
Li meio por cima, mas acabei pegando alguns "spoilers" do que acontece com a Hannah hahaha! Não sabia que era tão forte assim essa série. Mas quero muito assistir! Parece ótima, com um tema importante.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
A série é simplesmente viciante. Já tinha lido o livro a muito tempo e gosto da obra tbm, olho os dois de modo diferente, cada um com suas peculiaridades.
É um soco no estômago a série e o modo como tudo foi bem trabalhado e desenvolvido. Apesar de já saber um pouco da história antes de assistir ao seriado, até porque não lembro bem dos detalhes porque li a muito tempo, fui surpreendida com as boas modificações que fizeram na série.
É muito boa, não consegui desgrudar até ter terminado de vê.
Beijos
https://recolhendopalavras.blogspot.com.br/
Oi Dany, vc está certa cada um tem suas peculiaridades! Concordo com vc!
Oi, Mi. Eu acho que a série está sendo bem impactante porque todos no meu facebook tem comentado a respeito. Ainda não assisti porque estou esperando o momento certo, não quero me afobar e assistir tudo e no final sentir vazio. Não sei também se será somente essa temporada ou terá outra, como sabe, eu não sou muito fã de séries e não fico por dentro de nada. Mesmo assim, é importante o fato de que essa série tem mexido com a cabeça das pessoas, fazendo-as repensarem seus conceitos, suas formas de agir, sentir empatias e afins. Eu fico animada por sabre que a série consegue ter esse impacto, por isso estou louca para ver.
Beijo! http://leitoraencantada.blogspot.com.br/
Amei conhecer essa série, estou atrás de uma série nova para me viciar, hahaha. Essa parece ser bem interessante! ❤
http://www.kailagarcia.com
Oi! Esse livro é muito forte, ainda não é o momento para assistir. Mas o suicídio é triste e desesperador. Um sentimento de culpa deve surgir de todos que conviviam com a pessoa. Bjos ❤
Click Literário
Gostei da dica Mi. Só estou vendo bons comentários a respeito de 13 Reasons Why e estou pensando seriamente em incluí-la na minha grade de séries. Beijo!
http://www.newsnessa.com
Oi Mi, assisti os dois primeiros episódios somente, por falta de tempo... vou vendo aos poucos, pois estou adorando! E pela sua resenha já vi que vem mais emoções fortes pela frente!
bjs
Amor por Livros
Oláááááá Miiiiiiii
Toca aqui migs 0/ concordo total com relação a comparar livros com adaptações!
Como vc disse, cada um tem suas particularidades, o importante é funcionar no que se propôs.
E pelo que vc diz na resenha, super funcionou, a ponto de vc querer ler o livro loguinho :)
Quero muito assistir a série *__*
O tema me assusta pelo fato que parece tão distante, mas pode estar perto, o irmão de um grande amigo cometeu suicídio com 19 anos, e todos perderam o chão. Fico pensando de que maneira ele pode ter pedido ajuda, de que forma não vimos, será que estamos tão ocupados dia e noite, e não conseguimos olhar do lado?
Julgamos os motivos pequenos usando qual medida? O que é realmente importante se isso custou a vida de alguém? Qual seria o minuto xis?
Um tema angustiante, e absolutamente pertinente especialmente nos dias atuais onde tudo é tão momentâneo, mas onde os momentos podem ser tão definitivos.
Parabéns pela resenha <3
Bjs e excelente semana pra ti flor
Luli Café com Leitura na Rede
Oi, Mi!
Eu li o livro e amei, mas gostei muito de como a série foi adaptada. O que senti falta no livro foi justamente essa reação das outras pessoas tanto em relação às fitas quanto ao suicídio.
Mirmã, olha... aquele topete do Tony me dava agonia. Só não dava mais agonia do que os alunos tudo tatuados haahhahahaha
A minha mãe ainda é super controladora, mas na minha adolescência era bem mais.
Beijos
Balaio de Babados