Fome de Poder [Resenha do Filme]

Conferimos a Cabine de Imprensa do filme Fome de Poder
O Mc Donald’s sempre foi uma marca que dividiu opiniões! Uns amam, outros detestam e desde crianças eu amo, confesso. O que poucos sabem é que os criadores da rede de restaurante são dois irmãos que nunca tiveram a ambição de se tornar uma marca mundial, pelo contrário, eram duas pessoas simples que tiveram uma ideia genial de fazer hambúrguer rápido e que tiveram também a infelicidade de cruzar o caminho de Kroc, um homem inteligente, visionário, empreendedor e psicopata.
Na primeira cena de Fome de Poder podemos ver Kroc tentando vender uma máquina que faz Milk Shake rapidamente e descobre que um restaurante fez seis pedidos. A princípio ele acha estranho, afinal, ninguém está comprando seu produto, mas ao chegar no lugar, San Bernadinho, Kroc se depara com Mc Donald’s, um restaurante que largou a ideia do Drive-Thru e estava inovando no local com um Sistema de Serviço Rápido em que os lanches saiam em 30 segundos! Dick e Mac (na história original Richard “Rick” J. McDonald e Maurice “Mac” McDonald) eram dois irmãos, em que Dick (Nick Offerman), sem dúvida era o mais genial e Mac (John Carroll Lynch) o mais ingênuo. Kroc quando percebe que a ideia deles é incrível, convence a dupla a franquiar a marcar, sendo ele o responsável pelos negócios. Os irmãos tinham uma grande preocupação com controle de qualidade e por isso, fizeram um contrato para ajudá-los a manter o controle dos produtos.
Ray Kroc (Michael Keaton) era um homem capaz de enxergar a frente, de reconhecer o talento das pessoas e usar isso em benefício próprio. No começo do longa ele era um empreendedor pequeno, com muitos problemas para crescer, mas com uma ambição enorme. Encontrando no Md Donald’s uma forma de crescimento, o protagonista mostra que sua fome pelo poder era de fato incontrolável e quando atingiu seu objetivo descartou as pessoas que o ajudaram sem nenhuma piedade.
Kroc só começa mesmo a se tornar o dono da marca quando resolve comprar o terreno para os franqueados usarem. Depois disso a sua vida dá uma imensa guinada e o longa não poupa na personalidade do empresário, terminando com uma cena bem parecida com a do começo, só que o público de seu discurso já é outro, o que me pareceu uma excelente jogada do diretor John Lee Hancock.
Não dá para culpar apenas Kroc por todos os acontecimentos, Dick e Mac pagaram por sua ingenuidade, pagaram por acreditar em acordos verbais, pagaram por se distanciar das ações de Kroc e de confiar nele. Pagaram caro, inclusive acredito que Kroc humilha os irmãos de uma maneira até desnecessária, ele não tem empatia por nada e nem ninguém. Aliás, CEOs lideram o ranking da psicopatia nas empresas e não é por menos, acho que vida de Krock nos dá um bom exemplo disso.
Ao menos uma lição fica depois de tudo: persistência! De fato, quantas pessoas com talentos não possuem sucesso? Quantos alcançam o sucesso e não sabem administrá-lo? Quantas ideia boas não saem do papel? Sem a persistência ninguém chega a lugar nenhum.
Michael Keaton está perfeito no papel, talvez um dos melhores de sua carreira, e também achei interessante toda a ambientação do longa. Vale destacar também a direção de John Lee Hancock e o roteiro de Robert D. Siegel que vai desconstruindo a imagem do seu protagonista ao longa da história.
Apesar de seguir à risca a estrutura de filmes biográficos, com brilhantes histórias de vida, Fome de Poder tem o diferencial em ter um protagonista que dificilmente consegue ganhar a simpatia do público, mas que ainda assim, tem uma história incrível.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: Fome de Poder
Título Original: The Founder
Direção: John Lee Hancock
Data de estreia no Brasil: 09 de março de 2017
Michele Lima
Na Nossa Estante

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