Robocop (2014) [Resenha do Filme]

Nunca fui fã do Padilha, mas fiquei imensamente interessada em saber como seria o seu Robocop, afinal eu adorava o filme na década de 90! Devo dizer que a premissa é a mesma, embora mais moderna, talvez a grande diferença esteja em alguns personagens como o Dr. Robert Norton (Gary Oldman) e Claire Murphy (Abbie Cornish).
Assim como no original, Alex Murph é um policial que foi gravemente ferido e para não morrer foi usado pela OmniCorp e transformado numa máquina que é parte humana. Só que ao contrário do original, na nova versão vemos com mais precisão os motivos que levam o Dr. Norton a aceitar o trabalho na OmniCorp e transformar Murph em Robocop, assim como vemos também mais a respeito da vida de Alex antes de se tornar um policial do futuro.
Alex era um excelente policial e ao investigar a corrupção na policia acaba sofrendo um atentado na porta de sua casa. Com o corpo quase todo destruído, as chances de sobrevivência são mínimas e aproveitando o estado emocional da esposa de Alex, a OmniCorp recebe a permissão para transformá-lo em parte máquina. Tudo isso porque uma lei no E.U.A não permite que robôs protejam as pessoas por não terem uma mente humana, por serem apenas máquina. Dessa forma, Raymond Sellars (Michael Keaton), o presidente da OmniCorp, consegue exatamente o que quer: uma máquina que também é humana! Com a ajuda de uma mídia sensacionalista e um bom marketing, Raymond tenta a todo custo mudar a lei.
Na versão original pouca coisa é mostrada sobre a família de Alex, ele tem suas lembranças recuperadas, mas a família está sempre distante, sem um papel muito importante no filme. Neste caso não, a família tem um papel fundamental na história, quase que decisivo, mostrando que na nova versão os coadjuvantes ocupam uma posição de maior destaque. Pena que a atriz Abbie Cornish tem uma péssima atuação como Claire Murphy.
Lembro que quando assisti na década de 90 eu sempre me perguntava como seria ser esposa de um homem como o Robocop e se não era melhor morrer do que ficar vivo naquelas circunstâncias, mas depois a pancadaria começava e meu cérebro infantil esquecia esses detalhes! No entanto, não dessa vez, já que a questão humana está o tempo todo presente no filme. Apesar de entender os motivos da esposa de Alex, eu não conseguiria manter meu marido vivo apenas com a cabeça, uma mão, pulmões e coração! É de um humor mórbido quando vemos Alex se olhando no espelho e dizendo que não havia sobrado quase nada dele, porque de fato não sobrou.
De uma maneira mais sensível, sem deixar a ação de lado, o “Robocop” de Padilha levanta uma questão bem interessante: o que faz um homem ser um homem de verdade? Não sei se conseguimos ter a resposta no filme, mas de qualquer forma acho que vale muito a pena assisti-lo.
Nota:
Michele Lima

12 thoughts on “Robocop (2014) [Resenha do Filme]

  • 7 de maio de 2014 em 20:28
    Permalink

    Eu adorei o filme de Padilha. A visão que ele deu ao herói foi formidável. A ação também não deixou a desejar. Essa questão mais humana e a critica a mecanização do ser humano também estão de parabéns. Só não gostei da "camera nervosa" que já é sua característica. Confesso que fiquei tonto por vezes. Vou enviar um tripé para Padilha fixar a câmera dele via Sedex! kkkkk Abraços!

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  • 8 de maio de 2014 em 01:06
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    Esses dias (na época que esta versão estreou) eu pude re-assistir Robocop novamente e uau, como era violento!!! Desde o começo até o final. Infelizmente, não consegui assistir a essa versão que tantos criticaram e outros elogiaram.

    Mas é legal né? Um diretor brasileiro fazendo filme com as tecnologias americanas…. ^^

    Até mais

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    • 9 de maio de 2014 em 01:23
      Permalink

      Era violento mesmo Nat, tanto que minha cabecinha infantil nem assimilava direito as coisas, mas eu adorava a pancadaria kkkkkkkkkk

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  • 8 de maio de 2014 em 13:02
    Permalink

    Ao contrário de você eu adoro o Padilha. Achei o filme simplesmente brilhante. Tal como você eu amava o filme da década de 90, mas acredito que este remake nos trouxe uma forma de reflexão muito maior sobre as questões levantadas. Você citou que ele fala sobre o que torna um homem um homem de verdade. Acho que ele não só levanta isso, como também até onde vai o poder do governo sobre algo que foi investido. Até onde uma empresa é dona de um ser humano? Mesmo que este seja maior parte máquina produzida pela empresa. Ele deixou de ser humano pq é maior parte máquina?
    Nossa poderia debater sobre as questões deste filme por horas e horas.

    Beijos, http://porredelivros.blogspot.com.br/

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    • 9 de maio de 2014 em 01:25
      Permalink

      Poderíamos mesmo debater por horas e horas Ray, aliás, esse é um dos motivos por ter gostado tanto do filme!

      Bjs

      Resposta
  • 8 de maio de 2014 em 20:03
    Permalink

    Eu assisti os antigos e nunca pensei nessa questão que você levantou. Agora fiquei pensando o que faria no lugar. Vou assistir. Me deixou interessada.

    Blog Prefácio

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  • 8 de maio de 2014 em 21:45
    Permalink

    Ouvi falar muito bem desse livro
    Ainda mais por ser de um diretor brasileiro
    Depois vou parar para assistir
    Já estou seguindo *~

    Beijos
    @pocketlibro
    http://pocketlibro.blogspot.com

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  • 9 de maio de 2014 em 14:58
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    Gostei da resenha, apesar de não me interessar muito pelo filme. Pelo o que li …lembro dessa loucura toda de homens e máquinas e até onde isso pode chegar um dia. Ah…a mídia sensacionalista sempre presente. kkkkkk
    Bloody Kisses
    Monólogo de Julieta

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  • 10 de maio de 2014 em 22:52
    Permalink

    Eu gostei muito desta versão do Padilha. Não senti que o filme foi uma refilmagem, mas sim uma homenagem ao Robocop, uma nova roupagem, um filme inspirado no magnânimo filme dos anos 80.

    @Sybylla_

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  • 12 de maio de 2014 em 19:58
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    Eu fui assistir o filme com meu pai e achei muito divertido! Com os efeitos bem feito e muita ação, mas achei o filme plano de mais. Acaba sendo mais um filme de ação divertido de assistir, mas sem pensar muito.
    Descobri depois que eu só tinha assistido Robocop 2 quando pequeno e fui assistir o primeiro e achei a versão original mais divertido. Acho que o visual mais simples da época me agradou mais que o fosco preto do novo visual. Também achei mais interessante a forma que a família foi tratada no primeiro que nesta versão, já que os problemas de atuação da esposa não fica tão clara kkkkkkk
    Nesta versão achei engraçado a reação do filho do robocop. Acho que a visão da criança estranhando o pai faz mais sentido para o pai que tem medo de perder o filho. Mas se eu fosse o filho do robocop com aquela idade eu seria tão idiota que eu entenderia que meu pai virou um herói robô e sairia feliz!!

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  • 24 de maio de 2014 em 14:26
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    Este comentário foi removido pelo autor.

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  • 9 de setembro de 2015 em 03:07
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    Olá Michele, minha resistência a assistir a este filme é muito grande justamente porque não quero mutilar a versão original do filme que é fantástica, uma verdadeira obra-prima da ficção científica. Nunca quis assistir mas, depois de ler sua crítica e ver sua nota, estou pensando seriamente na possibilidade viu? Mas uma coisa é certa: continuo sem gostar e reprovando remakes de filmes.

    Sou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser e colaborador do Meu pequeno vício. Criei agora outro blog sobre viagens.

    Verdadesdevum Ser
    Meu pequeno vício
    O seu companheiro de viagem

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