David Bowie, nascido como David Robert Jones, apareceu na minha vida de fato relendo Christiane F.. Na primeira leitura, ok, era só o cara de quem ela gostava muito, não dei muita bola. Era um nome do qual já tinha ouvido falar, mas nunca me despertou uma curiosidade especial. A primeira vez que reli o livro é que me despertou a vontade de conhecer mais sobre ele. Desde então não parei mais de ouvi-lo e, pra minha surpresa, muita gente não consegue ouvir o nome dele sem lembrar de mim.
Na história da música, ele é conhecido como Camaleão do Rock. Não apenas pelas maquiagens de Ziggy Stardust ou pelos olhos de cores diferentes (na verdade ele tem os olhos azuis, mas o soco de um amigo com um anel, fez com que um olho escurecesse, apesar de não ter afetado a visão em si), mas sim por ao longo dos anos ele conseguir sempre se metamorfosear e ficar em evidência apesar dos gêneros de destaque em cada década.
Existem inúmeras biografias não oficiais sobre ele. Uma das mais recentes é Bowie, de Marc Spitz, que foi a que eu li. Devo dizer que me encantei ainda mais pelo cantor inglês (que ama os EUA, coisa que eu não entendo), ele teve grandes problemas na família e quase foi consumido pelas drogas. Berlim o salvou. E isso é um tanto irônico: conheci Bowie pela história de uma moradora de Berlim que se afundou nas drogas enquanto seu ídolo era salvo pela capital alemã.
Fui a Berlim em fevereiro e, se o mundo estava em polvorosa com a música Where are we now?, primeira música de Bowie em uma década, cada banca berlinense tinha inúmeras revistas com o músico na capa. Por quê? Ora, porque essa música faz referência aos anos que ele passou na cidade, cita pontos em Berlim e, de certa forma, resgata a importância de sua passagem por lá. Por uma revista descobri onde Bowie morava e fui até lá, apesar de não ter nada especial pra ver além de um prédio. Também comprei uma na estação Zoo e fui ver onde era o estúdio em que ele gravou a sua famosa trilogia alemã.
Enfim, há tanta coisa a se falar de Mister Jones que não há espaço suficiente. Mais fácil é fazer uma seleção especialíssima de vídeos, tentando destacar uma música por década, para que seja fácil notar porquê ele é o Camaleão do Rock.
Anos 60:
O álbum de 67, David Bowie, é legitimamente britânico e sessentista e não escapa da influência beatlemaníaca. Nessa época ele estava com, para alguns, seu grande amor: Hermione.
Ela aparece em um clipe. Depois ela sumiu e ele não queria sair de casa, de tão depressivo que ficou. No clássico Space Oddity, de 1969, há
Letter to Hermione, registrando o quão foi difícil essa separação pra ele. Mas fiquemos com
Love you ‘til Tuesday, que é impossível de não se gostar.
Anos 70:
Como disse aí em cima, o clássico Space Oddity foi lançado no fim dos anos 60 e foi aí que Bowie virou quem virou. Um sucesso atrás do outro, até que ele subiu no palco como Ziggy Stardust e se consagrou de vez. A década de setenta foi tão cheia de mudanças em Bowie que não vou poder me limitar a um vídeo, vamos ver o que o YouTube alemão me deixa colocar aqui.
Ok, é de 69, mas foi o que impulsionou os anos 70 de Bowie. Vamos a Space Oddity. Tão clássico que esses tempos um astronauta tocou ela no espaço e virou hit.
Ziggy, claro, o
Starman. Essa música, aliás, tem uma versão da banda Nenhum de Nós, chamada
O Astronauta de Mármore. Não sei, fico com Bowie.
Não podia deixar de fora um dos seus maiores sucessos, tema de Christiane F. e um hino antiguerra. Heroes foi escrita em Berlim e ganhou versão alemã, Helden. Já que não consigo colocar o clipe aqui pra vocês verem a diferença do Bowie, fiquemos com um vídeo de um programa, já dá pra ver que é outro Bowie.
Anos 80:
A fase pop da música mundial. Bowie não ficou de fora disso e lançou o disco Let’s Dance, recheado de músicas que são sucesso até hoje. Nesse disco está a clássica parceria com Queen, Under Pressure. Mas como a Alemanha não me deixa ver os clipes desse álbum, vamos ficar com duas: Ashes to ashes, do álbum Scary Monsters… and Super Creeps (1980), e Absolute begginers, de Tonight (1984).
Anos 90:
Eu sei, tô abusando da paciência de vocês com tanto vídeo. Nem vou falar muito. Vou direto pro vídeo de Thrusday’s Child, música do álbum de 1999, Hours, pelo qual eu tenho um encanto imenso. Se eu fosse vocês procurava o clipe, esse vídeo tá uma merda (podem pular os primeiros dois minutos e meio).
Anos 2000:
Depois de passar mal, Bowie entrou em crise e sumiu do mapa. Até o início desse ano, quando lançou Where are we now?, primeiro single do álbum The next day, cuja capa é a capa do disco Heroes (gravado em Berlim), com um quadrado preto em cima – ou seja, uma ligação forte com a época que passou entre berlinenses. Vale ouvir o novo disco e ver os novos clipes (um tanto significativos e, alguns, com uma crítica social imensa), todos disponíveis no YouTube (pra quem não tá na Alemanha, claro). Já que o YouTube me ferrou, tive que catar outro site, que também não me deixou ver o clipe da música que citei. Então vamos ao mais feroz dos novos clipes:
Mais clipes
AQUI e a discografia do Bowie pra download
AQUI. Sejam felizes.
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Christiane F. também foi meu primeiro contato com Bowie, e mesmo com a versão dublada do filme ("Rebelde-Rebelde tun tun tun... Rebelde-Rebelde..."), ele me instigou. Depois (aqui é meio aleatório), vi Moulin Rouge e me fascinei pela frase de Heroes em Elephant Love Medley. Under Pressure me fez admirá-lo ainda mais, e ele ganhou meu total respeito. Ainda não me aprofundei muito em sua obra, mas é um cara que eu simpatizo. Acho ele um símbolo sem igual, um ícone, um grande criativo. Adorei o post, fez jus a Bowie!
A frase final do teu comentário me deixou um tanto aliviada. Há tanto o Bowie que não se pode falar tudo em um post. Aliás, há tanto do Bowie que eu mesma não sei o suficiente pra me sentir segura pra fazer um post sobre ele.
Acho que tu descobriu ele da melhor maneira possível: em situações e com canções completamente diferentes. Pare uma hora dessas para pôr o nome dele no youtube e se deixe encantar e impressionar ainda mais por ele! =D
Eu soou apaixonada por Bowie. Suas músicas, seu estilo, tudo nele me encanta.
Biografias não é o meu gênero favorito, mas eu gostaria de ler uma dele.
Adorei as músicas que colocou, e o Post :))
Beijos,
Yasmin
deitadosnagrama.blogspot.com.br
Hum...que interessante. Não conhecia esse artista...mas gostei bastante da música dele.
Beijos!
Paloma Viricio-Jornalismo na Alma.
Eu acompanhei dos anos 80 para frente, gostava muito!
Ótima postagem!
Obrigada pela visita e comentário no blog viu?
Bj
Tenha uma semana especial!
Com carinho
Rê
Femme- Mãe, Esposa, Mulher!
Acredita que não sou tão fã assim do David Bowie? Mas adoro os clipes dele, esse último que ele lançou é uma obra de arte! E o mais curioso da história dele foi quando a sua mulher pegou ele e o Mick Jagger na cama! Tudo bem que eles tinha uma relação aberta e tal, mas eu ainda acho curioso kkkkkkk
bjs, Mi
Pois é, apesar dela dizer isso, nunca houve grandes confirmações. Os fatos são: 1. os Rolling Stones tem uma música chamada "Angie" (supostamente um pedido de desculpas a Angie Bowie) e 2. o dueto de Bowie e Jagger não é muito admirado, mas "Dancing in the streets" tem seu valor.
Olá!!
Conheci mais sobre David Bowie aqui do que se eu fosse pegar uma revista que fala sobre ele para ler.
Não faz meu tipo de música, mais respeito bastante. E uau, não sabia que Under Pressure do Queen.. Adoro Queen.
Belo post, aprendi bastante.
Até mais
Bah, nada me deixa mais feliz do que saber que o post foi mesmo interessante. Obrigada, Natália.
Sim, "Under pressure" é, se não estou enganada, uma música composta pelo Bowie e pelo Mercury juntos, não foi só a gravação. E é, sem dúvida, um clássico. Só depois de ouvir muito Bowie é que identifiquei a voz dele na música. Na próxima vez que ouvir, presta atenção que tu repara na voz diferente!
Não sou muito familiarizada com essas musicas
Mas gostei das dicas
Uma boa curiosidade
Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com
Ótimas dicas de músicas, esse cantar canta muito, já tinha ouvido algumas coisas sobre ele e até mesmo suas músicas, mas realmente tinha bastante som que eu não conhecia ainda. Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/
E sempre há muito a se conhecer do Bowie. Baixei a discografia há um ano e ainda não ouvi tudo. Sempre paro nos anos 80. E ele consegue ser imensamente diferente em cada época, então às vezes uma fase pode não agradar muito... Mas vale largar um dia "David Bowie" no youtube e ouvir o que vier pela frente.
Novamente estou sem som no pc então só fiz ler, mas sua musicalidade sempre é uma coisa que me causa admiração Ana e eu adoro aprende com você. Nem sempre viro fã ou adiciono as músicas meu mp3, mas curto muito aprender novos truques.
Cheros.
Ana, não conheço tanto de Bowie como vc apesar de conhecer as músicas citadas, grandes clássicos. Space oddity e heroes são uma das minhas favoritas. Não lembro da trilha do filme Cristiane F. apesar de tê-lo assistido, faz muuuito tempo. Lembro do filme as vantagens de ser invisível com a música heroes em uma cena linda. E o filme Eu e você com space oddity
Toda a trilha de Christiane F. foi feita pelo Bowie, mas só recentemente foi posta à venda em forma de CD. Sem contar que ele participou do filme também. Esses filmes que tu citou eu não vi, mas acho que tem muito filme por aí com música dele.