Wicked: Parte II [Crítica]

A peça musical Wicked é um dos grandes sucessos da Broadway. Lançada em 2003, tornou-se um dos musicais mais duradouros e populares, conquistando inúmeros prêmios e cativando fãs em todo o mundo. Baseada no livro de Gregory Maguire, a história explora as origens das bruxas de Oz, revelando a vida da Bruxa Má do Oeste e da Bruxa Boa do Norte antes dos eventos de O Mágico de Oz.

Quando sua adaptação para o cinema foi anunciada, a base de fãs criou grandes expectativas, já que o projeto seria dividido em duas partes, filmadas simultaneamente, e protagonizado por Cynthia Erivo (Elphaba) e Ariana Grande (Glinda). Com o lançamento da primeira parte, a Universal Pictures não apenas conquistou um novo sucesso, mas transformou a franquia em um fenômeno mainstream, deixando o público empolgado para a conclusão. Mas será que o diretor Jon M. Chu conseguiu transportar a essência da peça aos fãs e entregar um grande filme ao público em geral?

O segundo filme começa mostrando a reclusão de Elphaba diante do povo de Oz e de Glinda, após os acontecimentos do primeiro longa, consolidando sua imagem como a temida Bruxa Má do Oeste. Em contrapartida, Glinda se afirma como a Bruxa Boa do Norte, desfrutando de sua posição como símbolo de bondade para a população. As duas tentam reparar os danos e restaurar a normalidade em Oz, buscando até mesmo uma reconciliação com o Mágico (Jeff Goldblum), mas seus esforços acabam agravando ainda mais a situação. Com a chegada de uma menina do Kansas, tudo muda, e as antigas amigas precisarão se unir novamente.

A produção traz diversos elementos de metalinguagem, com metáforas e críticas sociais implícitas espalhadas ao longo da narrativa. Esses recursos percorrem de maneira brilhante toda a trama, sendo o verdadeiro coração de Wicked. Nesta segunda parte, isso fica ainda mais evidente, revelando múltiplos lados e reviravoltas que certamente surpreenderão o público médio. Mesmo sem ter assistido à peça ou lido o livro, apenas conhecendo a história de O Mágico de Oz, é interessante ver novas perspectivas dentro de um dos universos mais conhecidos da literatura.

A forma como esta nova parte se conecta a O Mágico de Oz é feita de maneira orgânica, sem afetar a história clássica e, ao mesmo tempo, expandindo seu desfecho. Repetindo a fórmula que deu certo, a sequência traz interpretações marcantes nas canções e atuações ainda mais necessárias, já que o encerramento exige maior carga emocional dos personagens.


O grande destaque é Cynthia Erivo, que consegue humanizar essa “antagonista” e expor suas motivações de forma consistente. Já Glinda, interpretada por Ariana Grande, apresenta uma notável evolução, equilibrando dualidades que tornam sua trajetória empolgante de acompanhar. Vale mencionar que Michelle Yeoh, como Madame Morrible, se transforma completamente neste segundo ato, entregando uma atuação imponente, sendo o segundo grande destaque do filme. Já Fiyero (Jonathan Bailey) ganha mais importância na jornada de Glinda e Elphaba.

Com um maior desenvolvimento das histórias e uma abordagem mais “madura” em relação ao primeiro filme, não deixando a emoção de lado. A profundidade e o uso de figuras de linguagem tornam a obra ainda mais encantadora e emocionante.

Wicked: Parte 2 mantém o que deu certo no primeiro longa e, por serem gravados simultaneamente, não apresenta discrepâncias significativas na proposta do cineasta e de sua equipe. Em aspectos técnicos, o filme encanta com sua beleza visual, figurinos, interpretações nas sequências musicais e enredo coeso. Para os fãs, certamente é um presente que deixará o coração aquecido e, para todos, um grande fechamento cinematográfico.

 

FICHA TÉCNICA

Título: Wicked Parte II
Título Original: Wicked Part II
Diretor: Jon M. Chu
Data de Lançamento: 20 de novembro de 2025
Universal Pictures

Lucas Venancio

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