Do Fundo da Estante: Feriados em Família

Grata surpresa, Feriados em Família é o segundo filme dirigido por Jodie Foster após sua estreia atrás das câmeras com o ótimo Mentes que Brilham, de 1991. Em apenas dois filmes, Jodie conseguiu provar que é uma excelente diretora de atores e atrizes, deixando o clima leve entre o elenco que se mostra bastante entrosado.

Cláudia (Holly Hunter, sempre ótima), uma pintora que trabalha em um museu de Chicago, é informada pelo seu chefe que foi demitida. Kitty (Claire Danes), sua única filha de 16 anos, avisa que vai perder a virgindade com o namorado em pleno feriado do Dia de Ação de Graças e somado a isso, ela vai de avião até sua família em Baltimore, cujas reuniões começam bem e sempre acabam em conflitos.

O elenco está em estado de graça. Os saudosos Charles Durning e Anne Bancroft brilham interpretando os pais de Cláudia e um jovem Robert Downey Jr. rouba a cena como o irmão divertido que sacaneia todos o tempo todo. Sem nenhuma situação forçada, as situações engraçadas ditam a narrativa sem parecer um sitcom enlatado, ponto para Jodie Foster que fez aqui cinema e não um episódio de série de tv esticado. Com quase duas horas de duração – um pouco longo para uma comédia – Feriados em Família não perde o fôlego e não causa tédio, graças ao brilhante roteiro escrito por Chris Radant e W.D. Richter e a capacidade de Jodie equilibrar muito bem a comédia e o drama.

Entre acontecimentos hilários, revelações, aborrecimentos e amadurecimentos, Feriados em Família só reafirma que família é aquela instituição que amamos odiar e odiamos amar, todos querem ter a sua e lutam para mantê-la unida e fortalecida.

Uma pena ter passado batido pelos votantes do Oscar, pois com 30 anos de existência, sua mensagem continua impactante e atual.

FICHA TÉCNICA

Título: Feriados em Família
Título Original: Home for the Holidays
Direção. Jodie Foster
Data de lançamento: 3 de novembro de 1995 (EUA)

 

Italo Morelli Jr.

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