Do Fundo da Estante: The Crush – Paixão sem Limites

The Crush – Paixão sem Limites é o filme que marca a estreia de Alicia Silverstone nos cinemas e que estreou muito bem por sinal. No currículo, apenas um episódio na série Anos Incríveis e os vídeos de Cryin’ e Crazy (depois Amazing do Aerosmith). Nem parece que tinha tão pouca experiência em atuação, tamanha a qualidade de seu trabalho.

The Crush – Paixão sem Limites (1993) parece uma versão de Lolita do mal ou de um Atração Fatal teen, mas se trata da adaptação de uma história real que aconteceu com o diretor Alan Shapiro, também estreando nos cinemas.

Em Los Angeles, Alan Shapiro se tornou inquilino em uma casa de hóspedes que pertencia a um casal após sua saída da faculdade. Alan escrevia roteiros para Hollywood, mas era constantemente distraído pela filha adolescente do casal, Darian, que tinha uma queda por ele. Por Darian ser menor de idade, Alan disse não ao assédio da garota. Um dia, voltando do trabalho, viu as palavras “Alan é uma merda!” esculpidas em seu novo carro. Quando Alan falou com os pais de Darian a respeito, ela negou e eles ficaram a seu lado, desacreditando Alan. No entanto, um amigo de escola da garota se apresentou e disse que Darian havia feito aquilo, mas os pais ainda se recusaram a acreditar. Então Alan se mudou e nunca mais viu a adolescente novamente. Anos mais tarde, a esposa de Alan o lembrou de Darian e disse-lhe que daria uma boa história para um thriller de suspense e assim nasceu The Crush.

Alicia Silverstone, que foi a terceira escolha para o papel depois de Reese Witherspoon e Fairuza Balk, se tornou uma “menor emancipada” aos 15 anos durante as filmagens, o que significa que ela estava legalmente sozinha e não era dependente de seus pais. Dessa forma, ela poderia evitar as leis do trabalho infantil, o que teria restringido quantas horas ela poderia trabalhar no filme.


Sua personagem Darian claramente sofre de Transtorno de Personalidade Borderline, que é um transtorno psicológico e psicossocial, no qual as pessoas têm extrema dificuldade em controlar suas emoções. Os problemas incluem emoções intensas e voláteis (como vergonha, raiva, tristeza ou ansiedade), relacionamentos caóticos, impulsividade, senso de identidade instável, tentativa de suicídio e sentimentos crônicos de vazio.

Por sua ótima atuação, Alicia ganhou os MTV Movie Awards de melhor desempenho de estreia e melhor vilã. Ela fez bem o tipo angelical-cínica-sedutora-psicótica e se tornou queridinha de Hollywood desde então, tornando-se uma figura representativa da adolescente estadunidense, anos antes de Britney Spears surgir. Para o papel do “crush”, foi escalado o então trintão Cary Elwes, o “velho” da história e objeto de obsessão da personagem principal, numa atuação aquém do que Alicia apresenta.

Cine Trash requintado, bem filmado e fotografado.

FICHA TÉCNICA

Título: Paixão sem Limites
Título Original: The Crush 
Direção: Alan Shapiro
Data de Lançamento:  2 de abril de 1993 (EUA)

Italo Morelli Jr.

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