The Boys – 4ª Temporada [Crítica]

Não é difícil citar séries de dramas de longa duração de sucesso, mas a realidade é que hoje em dia elas são exceções. E quando uma história faz sucesso, Hollywood aproveita para esgotar rapidamente a trama, já que andam em uma crise criativa alarmante The Boys não escapa desse fardo. 

Baseado nas Hqs de Garth Ennis e Darick Robertson, The Boys tem criatividade de sobra para nos apresentar cenas inusitadas e chocantes, mas seu enredo principal claramente se esgotou. Aproveitando o hype, o Prime Vídeo já lançou um spin-off, Gen V, que chegou com fôlego, mas não me convence, até o momento, de que terá vida longa. Essa necessidade hollywoodiana de explorar ao máximo o mesmo universo é exaustiva.

Em sua quarta temporada The Boys se torna uma série mais morna, com menos acontecimentos impactantes, o que não faz a série ruim, só nos mostra que realmente está no caminho do fim, que virá na quinta e última temporada.

Os roteiristas, no entanto, aproveitaram o momento de calmaria para dar espaço a outros personagens. O plot do Francês (Tomer Kapon) se desenvolve em torno da sua culpa, existe um caso amoroso completamente desperdiçado aqui, que serviu apenas para separar o personagem de seu amor platônico por Kimiko (Karen Fukuhara). E a própria Kimiko nos mostra que também é cheia de remorsos, o que conversa perfeitamente com a trama principal dessa temporada: os mocinhos também erram. Kimiko, Francês, Luz Estrela (Erin Moriarty), Ashley (Colby Minifie), Trem-Bala (Jessie T. Usher) e principalmente Bruto (Karl Urban) carregam fortes arrependimentos. No entanto, sabemos que para o Bruto o perdão não é tão importante assim, ele está obcecado a acabar com os Supers e com razão. Bruto realmente encarna aquela pessoa que sabe perfeitamente que para algo acontecer alguém precisa sujar as mãos e no caso, as mãos são as dele. 

Se na terceira temporada já tínhamos a início da transformação de Bruto, acredito que aqui ela se completa. Aliás, é uma temporada em que o grupo que o personagem antigamente liderava se mostra mais disperso em seus próprios problemas.


Do lado dos Supers temos a adição da intragável Espoleta (Valorie Curry) e a incrível Mana Sábia (Susan Heyward), a pessoa  mais inteligente do mundo. Entretanto, podemos dizer que inteligência não define caráter, já que a Sábia é essencial para a ascensão do Capitão Pátria dentro do governo americano. Dos heróis antigos, Trem-Bala tem uma redenção muito boa e o Profundo (Chace Crawford) decai novamente, em todos os aspectos. Já o grande vilão Capitão Pátria (Antony Starr) não deixa de entregar crueldade junto com sua enorme carência afetiva. 

The Boys continua afiado no sarcasmo e mostrando que a arte imita a vida! Todo o plot de teorias conspiratórias foi excelente, além de ressaltar, mais uma vez, o poder das grandes mídias e manipulação das massas. As piadas seguem refinadas e Capitão Pátria atingiu um novo nível de sadismo. E para quem gosta de situações bizarras, o Tece-Teia entrega muitas!

Vale ressaltar mais uma vez o show de Antony Starr na composição do seu personagem sociopata! E também Colby Minifie como Ashley, uma personagem em constante terror. Além da ilustre presença de Jeffrey Dean Morgan (não aguento mais esse homem de fantasminha camarada).

A quarta temporada pavimenta bem o caminho para o final de uma série de altíssimo nível de humor, drama e perversidade. 

Michele Lima

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Dorama: Uma Família Inusitada Crítica: A Esposa do meu marido
Dorama: Uma Família Inusitada Crítica: A Esposa do meu marido