Doctor Who – 14ª Temporada [Crítica]

Doctor Who está em uma nova casa e a Disney trouxe uma temporada de altos e baixos! Os baixos não são tão desastrosos, mas fazem com que o medo do dedo do Mickey se mantenha.

Os episódios especiais que ocorreram antes de uma nova temporada foram fraquíssimos, mesmo colocando David Tennant novamente no elenco. Talvez, a biregeneração é a única coisa que realmente impacta o especial. Agora temos dois Doctor e achei a ideia muito boa! E é com Ncuti Gatwa que vamos começar essa temporada, junto com Ruby (esforçada Millie Gibson), sua nova companhia.

Ruby sempre quis conhecer a mãe biológica e por algum motivo ela conhece fazer nevar. O plot principal é sobre o mistério de Ruby e seres poderosos que o Doctor precisa enfrentar, como Toymaker (o brilhante Neil Patrick Harris) no especial. Aqui temos ficção, sobrenatural e o já comum uso do Deus ex machina.

No entanto, ao longo da 14ª temporada (contando apenas as temporadas modernas) ou a primeira na Disney, tivemos momentos bem Doctor Who. O episódio 73 Jardas foi excepcional,  uma mistura de sobrenatural com um suspense maravilhoso! Só faltou nos dar respostas no final. O episódio seguinte Ponto e Bolha pode parecer mais fraco devido ao antecessor, mas pra mim foi muito interessante nos mostrar uma cidade futurística. Claramente é feito uma crítica a sociedade fútil, preconceituosa e com baixa cognição devido ao uso de redes sociais. De uma só tacada Doctor Who acertou vários temas de uma vez só. Por outro lado, O Som do Diabo prometia muito mais do que apresentou, mal usaram a presença fictícia dos Beatles

A temporada teve boas participações especiais, vimos Golda Rosheuvel (Rainha Charlotte) como uma babá no espaço, Jonathan Groff par romântico do Doctor, a volta de Kate Stewart (Jemma Redgrave) na UNIT e Bonnie Langford como Mel Bush antiga parceira do Doctor.

E há de se falar de Ncuti Gatwa no papel principal. Soube com muita leveza carregar o protagonismo, seu Doctor canta, dança e tem bom humor. É também, talvez, o Doctor mais vulnerável da série.

Enfim, o plot principal da trama foi resolvido preguiçosamente e o último episódio, apesar de bonito, também não impacta como final da temporada. No entanto, no meio do caminho a gente encontra todos os elementos que fazem com que amamos Doctor Who, um bom mistério, alienígenas esquisitos, tensão, drama e ação. Agora nos resta torcer para a Disney investir mais na ficção científica de modo mais complexo, subestimando menos o espectador. 

Michele Lima

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