Doctor Who: A Fera Estelar [Crítica do Especial]

Quando assisti a primeira temporada da era moderna de Doctor Who, com o nono Doctor, não foi amor à primeira vista, eu saltei todas as temporadas para encontrar o décimo primeiro Doctor, do Matt Smith e me encantar com ele e Amy Pond (minha dupla preferida). E foi graças ao décimo primeiro Doctor que pude voltar às temporadas anteriores e me deliciar com uma das minhas séries de ficção preferida!

Agora, a Disney traz para seu streaming os episódios especiais de 60 anos! É certo que nem sempre o roteiro de Doctor Who foi um primor, mas comparados a outros especiais, A Fera Estrelar fica um pouco a desejar….

David Tennant está de volta! Doctor volta a ter o rosto de antigamente e não entende o motivo, mas se depara com sua ex-companion, Donna (Catherine Tate). Uma das mais populares da série! Doctor no passado retira sua memória para seu próprio bem, mas Donna segue sua vida e tem a impressão de que algo está faltando. E o destino ou coincidência une Donna e Doctor de novo.

Donna agora tem uma filha chamada Rose e é aqui que Doctor Who se sobressai ao colocar em tela a questão de gênero, dando espaço para a atriz (Yasmin Finney). Rose sofre e luta para ser livre e feliz como ela é. A personagem se sente só e encontra Meep, uma criatura bem fofa que está fugindo dos guerreiros Wrarth. Quem acompanha os quadrinhos não terá muitas surpresas com esse plot, mas é ótimo que tenhamos esse arco no especial. O problema mesmo fica com um roteiro (pasmem de Russell T Davies) que por vezes é confuso e muitas vezes simplista até demais. 

Doctor Who sempre teve seus altos e baixos e me lembro de muitas reclamações na era de Steven Moffat, por exemplo. No entanto, os altos eram excepcionais e quando a gente compara com outros especiais como The Day of the Doctor, A Fera Estelar fica risível! O que mais uma vez nos faz lembrar de que nem sempre os melhores efeitos especiais salvam quando o roteiro tem problemas e a execução é pior ainda.


A Fera Estelar nos apresenta boas ideias, como debater a questão do gênero, mas executa mal suas boas intenções deixando tudo muito raso e sem a densidade que parece propor no início. Até o vilão que poderia ser ótimo (e até é visualmente) se torna bobo. O especial se salva pela nostalgia, ver Donna e Doctor juntos é um deleite, ainda mais quando nos mostra a nova TARDIS que está sensacional! 

Comparado a eras anteriores, sem dúvida a produção se destaca pela fotografia e efeitos. E agora é esperar pelos próximos dois especiais e a nova temporada com um novo Doctor. Torcendo para o modo Disney não transformar a série em uma série Disney Channel (nada contra, gosto bastante, só que não é Doctor Who….).

Michele Lima

Na Nossa Estante

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