O Vilarejo [Crítica do Filme]

Este belo filme japonês lembra as produções chinesas do diretor Zhang Yimou, não só pela força das imagens, mas também pela delicadeza da construção da narrativa, onde apesar do drama, a poesia se faz presente. De início somos levados a acreditar que se trata de um pós-terror inspirado em A Vila, do diretor M. Night Shyamalan, porém a proposta é outra e muito interessante por sinal.

O tal vilarejo fica próximo a um aterro sanitário e seus habitantes trabalham em prol do equilíbrio do meio ambiente. Culturalmente, os japoneses possuem uma relação muito próxima com a natureza e prezam pela união familiar.

Yu Katayama (Ryusei Yokohama, o Thimothée Chalamet de lá) é um jovem que vive neste vilarejo de Kamonmura desde criança. Devido a um crime cometido por seu pai, ele não pode sair e para pagar uma dívida de sua mãe, trabalha no aterro.  Voltando de Tóquio, sua amiga de infância Misaki Nakai (Haru Kuroki) retorna a Kamonmura e vai mudar a vida de Yu.


As imagens captadas pelo diretor Michihito Fujii falam por si só e a fotografia impressiona. Michihito tinha nas mãos um material muito rico e soube trabalhar de maneira admirável os (pesados) dramas dos personagens. Nem tudo é entregue de maneira mastigada para o espectador, algumas coisas ficam suspensas ou subentendidas e o final em aberto só torna mais tenso o resultado.

Não é um filme fácil, mas nem por isso deixa de ser envolvente. Neste mundo cada vez mais caótico, graças aos eventos climáticos e um futuro incerto com a Inteligência Artificial, O Vilarejo só nos mostra que a evolução tecnológica não ajudou na evolução humana e que ainda estamos muito presos a um passado cada vez mais distante.

FICHA TÉCNICA

Título: O Vilarejo
Título Original:  The Village
Direção: Michihito Fujii
Data de lançamento No Brasil: 16 de junho de 2023
Disponível até o momento na Netflix

Italo Morelli Jr

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