O VHS desta verdadeira pérola cinematográfica, chamada O beijo da borboleta, era coisa rara pra se alugar, assim como o DVD pra vender e nunca me deparei com uma exibição na TV. O sucesso foi no boca a boca, auxiliado pelas resenhas entusiasmadas nos jornais e revistas, e quem não tinha assistido, torcia por uma exibição em alguma mostra de cinema porque a curiosidade era muita.
Mistura brutal de Thelma e Louise (1991), Almas Gêmeas (1994) Trainspotting (1996) e Monster, que seria lançado oito anos depois, O Beijo da Borboleta é a estréia nos cinemas do diretor Michael Winterbottom, que nunca mais repetiu tal feito.
Aqui temos uma insana Amanda Plummer interpretando Eunice, uma serial killer surtada em fundamentalismo religioso que deixa um rastro de sangue enquanto procura por Judith, seu grande amor. Acaba conhecendo Miriam (Saskia Reeves), que se apaixona por ela e juntas partem num road movie perturbador, onde Eunice mata qualquer um que apareça pela frente e Miriam se mostra tão assustadora quanto ela ao compactuar com os crimes. A relação de ambas é a clássica passiva-agressiva e Amanda Plummer consegue nos fazer sentir um verdadeiro tsunami de sentimentos em relação a Eunice: apreensão, medo, raiva, compaixão, empatia e pena. Saskia Reeves tambem se sai bem perante o brilhante solo de Amanda com sua personagem tão complexa – Charlize Theron deve ter se inspirado muito aqui para compor sua Aileen Wuornos em Monster.
A direção passa longe da sutileza e mesmo em breves momentos de alguma poesia, não há alívio algum. Em meio ao nada convidativo cenário londrino, O Beijo da Borboleta é um filme pesado, feio e se lançado hoje, nesses tempos de politicamente correto e cancelamento, teria péssima repercussão devido aos seus excessos. Foi feito na época certa e por esse motivo manteve sua força até agora.
FICHA TÉCNICA
Título: O Beijo da Borboleta
Título Original: Butterfly Kiss
Direção: Michael Winterbottom
Data de lançamento: 18 de Agosto de 1995 (EUA)
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Parece ser uma estória bem pesada e chocante. Nunca tinha ouvido falar desse filme.
Boa semana!
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Até mais, Emerson Garcia