Babilônia [Crítica do Filme]

Damien Chazelle é sem dúvidas uma das grandes revelações de diretores em sua geração. Com poucos filmes produzidos como: La La Land (2016) e Whiplash (2014), o cineasta conseguiu manter o nível de regularidade diante da crítica e público, além do seu reconhecimento em diversas premiações como o Oscar. Nessa bagagem de sucesso, o quinto longa de sua carreira, Babilônia, chega aos cinemas com termômetro positivo diante da curiosidade e elenco estrelado.

A produção parte da premissa de representar um contexto histórico da sétima arte, entre a década de 20 e 30. Que situa a transição do cinema mudo para o sonoro, que revolucionou a forma de transmissão do mesmo. Porém, a mudança afetou diversos artistas da indústria que não conseguiram se adaptar ao avanço tecnológico e técnico.

Nellie LaRoy (Margot Robbie), tem o sonho de se tornar uma atriz de cinema e acaba encantando profissionais que estão sofrendo com a progressão do meio. Em paralelo é explorado a perspectiva de Jack Conrad (Brad Pitt), uma estrela dos filmes mudos que sente o mesmo problema em sua vida e Manny Torres (Diego Calva) um homem que acaba se tornando mais relevante do que imaginava.

O diretor realiza toda a contextualização em forma de comédia dramática no estilo paródica, mesclando elementos inspirados no realismo da época como: o longa Era Uma Vez… em Hollywood (2019), mas com uma montagem caótica e ousada. Os personagens inseridos na trama fazem parte de uma condução menos intimista, que desconecta o público perante a cosmologia em que a proposta quer nos levar e sua passagem de tempo.

Há diversos personagens coadjuvantes que mereciam mais atenção, mas só serviram para uma crítica de exemplificação histórica desse mundo tão rico e ao mesmo tempo pobre em Hollywood. Entretanto, a montagem da narrativa é justamente a parte que longa de Chazelle mais se destaca, encantando durante suas circunstâncias e sua bela trilha sonora de apoio.   

Com isso, ao separarmos a mensagem principal que o cineasta quer expor o saldo é positivo. A união dos arcos de nossos três protagonistas têm fechamentos de ciclos interessantes que instiga o público a querer saber mais diante de tanto caos ao redor dos mesmos. E ao mesmo tempo refletir sobre como a magia do cinema é importante para a história humana. 

Todavia, a discrepância entre drama e comédia parece não se conectarem em diversos momentos, assim podendo atrapalhar a experiência diante do clima generalizado da época. Além, da “bagunça” executada pela ousadia feita na visão de Damien em sua apresentação. Porém, é inegável que Babilônia é uma obra que salienta e condecora a sétima arte. 

FICHA TÉCNICA

Título: Babilônia
Título Original: Babylon
Direção: Damien Chazelle
Data de lançamento: 19 de janeiro de 2023
Paramount Pictures Brasil

Lucas Venancio – @lucksre

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