Acapulco – 1ª temporada [Crítica]

Eu adoro encontrar séries “confort” e foi com essa vibe que assisti a primeira temporada de Acapulco, disponível na Apple TV. Aliás, vale ressaltar que o streaming da maçã tem valido muito pena a mensalidade.

Na comédia vamos acompanhar duas linhas do tempo, uma com o já rico Máximo Gallardo no presente, sendo interpretado pelo ótimo Eugenio Derbez, contando ao seu sobrinho Hugo (Raphael Alejandro) sobre o seu passado em Acapulco. A outra linha do tempo é o jovem e o pobre Máximo, sendo interpretado por Enrique Arrizon, nos anos 80 começando a trabalhar no Hotel de luxo Las Colinas.

A narrativa de Máximo jovem segue o que conta o Máximo mais velho que usa e abusa de licença poética várias vezes para impressionar o sobrinho, inclusive com direito a várias interrupções, o que gera cenas bem cômicas. As duas linhas do tempo acabam sendo bem mais trabalhadas do que outras séries que usam o mesmo artifício do protagonista no presente contando algo do seu passado. Mais do que saber o que aconteceu com o Máximo que sai de um simples garçom de piscina para um cara extremamente rico, a série nos envolve em alguns mistérios sobre a vida atual do protagonista. 

Máximo jovem era completamente apaixonado por Julia (Camila Perez), recepcionista que namora o bobo Chad (Chord Overstreet), filho da dona do Hotel Diane (Jessica Collins). E o protagonista oscila bastante sobre o que fazer com esse sentimento, às vezes determinado a conquistar sua amada, por vezes focado em ganhar dinheiro, principalmente quando leva alguns tombos na vida. Também acompanhamos a vida familiar da protagonista, sua mãe  Nora (Vanessa Bauche), uma mulher religiosa que odeia o hotel e sua irmã Sara (Regina Reynoso), que é mãe do Hugo, personagem do presente. É bem interessante ver a jornada de autodescoberta de Sara e o quanto Max tenta ajudá-la! Também temos Don Pablo (Damián Alcázar) que é praticamente o mentor do protagonista e Memo (Fernando Carsa), o melhor amigo de Max que passa a trabalhar na lavanderia do hotel e é um dos personagens mais carismáticos da série. 

Acapulco é uma série repleta de clichês e até com poucos assuntos abordados, mas se sobressai ao tratar a cultura mexicana com respeito, não só por ser bilíngue (parte da série é em espanhol), mas também por brincar com a forma com que os estrangeiros enxergam o país. 

A parte do pouco drama fica por conta de Enrique Arrizon que sai muito bem, mas no mais Acapulco é pura comédia, bem leve, pra relaxar e com um sarcasmo e boas piadas em vários momentos. Sem contar a trilha sonora dos anos 80 que me conquistou demais. Em suma é confort, é boa. 

Michele Lima

Na Nossa Estante

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