Este foi um dos lançamentos em home vídeo que mais provocou disputas nas vídeo locadoras. Reservas, torcidas pela desistência de algum cliente, telefonemas com a clássica pergunta “já chegou?” e a intenção de ser um dos primeiros a locar a fita e assim poder ver a capa ainda em perfeito estado e a fita limpa e sem estar mastigada pelos outros videocassetes do bairro. E claro, todos queriam assistir em pleno sábado a noite, com a família reunida (sim, famílias reunidas como se fosse uma sessão de cinema mesmo) e muita pipoca e refrigerante pra acompanhar.
Espécie de remake de respeito do clássico A Noite dos Mortos Vivos (1968) do diretor George A. Romero, A Volta dos Mortos Vivos (que rendeu o trocadilho A Volta dos que Não Foram) é turbinado com muito humor e situações absurdas como se já não fosse absurdo o suficiente.
Dois empregados de um armazém de medicamentos encontram no subsolo alguns barris lacrados que pertencem ao exército e acidentalmente liberam seu conteúdo gasoso. Esse gás acaba reanimando os mortos de um cemitério próximo, que vão querer apenas uma coisa dos vivos: comer seus miolos.
Com estética punk e nomes como Trash, Suicide, Tina, Scuz, Spider e Chucky, os personagens parecem saídos de um humorístico da TV e a trilha sonora, como não poderia deixar de ser, é puro punk rock. O show aqui fica por conta dos mortos-vivos dizendo “Céeeeeeeeeeerebro” (que se tornou um bordão da época) debaixo de muita maquiagem, máscaras de borracha e animatronics movimentando rostos em carne viva ou membros decepados. Se o antigo de 1968 é em p&b, este é muito colorido, com tons vivos, berrantes e até neon, com o intuito de suavizar tanto sangue e cérebros falsos espalhados pelos cenários.
Por incrível que pareça, o roteiro surpreende e tem uma certa coerência. E o melhor: o zumbi aqui não é uma alusão ao comunismo e sim ao próprio estadunidense alienado, cuja “falta de cérebro” colocou uma figura nefasta como Donald Trump no poder.
Com duas continuações igualmente boas, A Volta dos Mortos Vivos é tão bom que a maior emissora do país nem deixou escapar e o exibiu no Supercine em pleno sábado a noite, evitando que fosse para o catálogo do Cine Trash da TV Bandeirantes.
Ao contrário do modorrento The Walking Dead, aqui o ritmo é alucinante e a diversão, apesar do banho de sangue e violência, é garantida, numa das melhores misturas de terror e humor que o cinema já produziu
O saudoso diretor Dan O’Banon foi o roteirista de toda a franquia Alien, adaptou O Vingador do Futuro (1990) e sabia muito bem o que estava fazendo.
FICHA TÉCNICA
Título: A volta dos mortos vivos
Título Original: The Return of the Living Dead
Direção: Dan O’Bannon
Data de lançamento: 23 de outubro de 1986
Italo Morelli Jr.
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