Tick, Tick … Boom! [Crítica do Filme]

Toda obra causa emoções muito diferentes e subjetivas para cada pessoa, a mesma que emociona e sensibiliza alguns pode ser indiferente a outros. Li críticas bem emocionadas com Tick, Tick … Boom!, mas apesar de achar tecnicamente ótima, a história em si só me envolveu, mesmo uma já quase na reta final do longo, mesmo tendo um assunto universal: ganhar dinheiro ou fazer o que ama.

Andrew Garfield interpreta brilhantemente Jonathan Larson, passando todo o carisma do compositor, ainda que durante sua crise chegando aos 30 anos tenha atitudes por vezes questionáveis. O auge da história é quando realmente parece inevitável a escolha do protagonista entre pagar os boletos e insistir em conseguir uma peça na Broadway depois de escutar tantos não. Larson é muito persistente, é um homem verdadeiramente apaixonado por sua arte, tanto que às vezes soa soberbo ao não dar valor a uma dica de trabalho do seu melhor amigo Michael (Robin de Jesus), como se o teatro fosse algo mais importante do que qualquer outro emprego. Uma pena que Larson tenha falecido antes da estreia de Rent, que foi um sucesso permanecendo 12 anos em cartaz na Broadway.

Tick, Tick … Boom! é uma espécie de autobiografia onde o protagonista conta sobre a dificuldade de ser um produtor musical sem dinheiro, tentando a todo custo ser aceito na Broadway enquanto precisa pagar as contas. No meio disso, ainda tem os problemas no relacionamento amoroso com Susan (Alexandra Shipp) e o fato de ver seus amigos morrendo com a epidemia da AIDS. E claro, muita música ao longo da história, alguns não acrescentam tanto na narrativa, mas outras são essenciais. E Andrew Garfield se destaca muito cantando, passando uma energia incrível nas cenas, o que me fez prestar atenção mesmo quando todo o resto me parecia mais morno.

Destaque para Vanessa Hudgens como coadjuvante de luxo, sendo uma das atrizes do musical do Larson, cantando excelentemente bem como sempre. Alexandra Shipp também fez um ótimo trabalho, ainda que o romance da personagem com o protagonista não seja muito impactante e Robin de Jesus como Michael rouba a cena algumas vezes.

Tecnicamente Tick, Tick … Boom! não falha, as músicas casam bem com a trama, a direção de Lin-Manuel Miranda me agrada e a produção é de alto nível, com uma ótima ambientação e figurino dos anos 90. Infelizmente, demorei metade da história para me sentir verdadeiramente envolvida com o drama de Larson, o que só aconteceu quando o roteiro sai do foco do romance, mas quando o protagonista chega no auge do desespero é como se de fato tivesse começado uma contagem regressiva para uma bomba prestes a explodir.
Tick, Tick … Boom! não entra para a minha lista pessoal de melhores musicais, mas certamente me marca pela triste história de Larson e a atuação marcante de Andrew Garfield.
Trailer
FICHA TÉCNICA
Título: Tick, Tick … Boom!
Direção: Lin-Manuel Miranda
Data de lançamento: 19 de novembro de 2021
Netflix

Michele Lima

2 thoughts on “Tick, Tick … Boom! [Crítica do Filme]

  • 18 de novembro de 2021 em 19:59
    Permalink

    Olá, Michele.
    Eu confesso que não curto muito filmes nesse estilo meio biográficos, a não ser que seja de alguém que sou muito fã hehe. Então provavelmente é um filme que não vou assistir.

    Prefácio

    Resposta

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