Do Fundo Da Estante: Apertem os cintos, o piloto sumiu!

Raro caso de título nacional superior ao original (Airplane) que obviamente é uma sátira a Aeroporto (1970), drama sobre terrorismo com toques de suspense. Em outro raro caso na indústria cinematográfica, este “remake” é superior ao original, ainda que Aeroporto seja um bom filme, tenha concorrido a 10 Oscar e levado o de atriz coadjuvante (Helen Hayes) no papel da vovozinha trambiqueira.

O humor aqui é politicamente incorreto e o fez entrar na lista de filmes que nunca devem ser exibidos durante uma viagem de avião.

Ted Striker (Robert Hays), é piloto e ex-combatente de guerra e se vê forçado a assumir os controles de um avião quando a tripulação sucumbe à comida contaminada. Elaine (Julie Hagerty), sua namorada, tem de ser aeromoça e co-piloto. Juntos, eles vão tentar salvar os passageiros e terminar o voo com sucesso, mas existe um problema: ele é muito neurótico.

Visto hoje, seu roteiro é considerado um amontoado de piadas “5° série” quando na verdade este humor nonsense é o que acabou por moldar muitos filmes cômicos que vieram a seguir. As situações são absolutamente surreais e este é o motivo pelo qual Apertem os cintos, o piloto sumiu (Airpalne) fez o sucesso que fez tanto de crítica quanto de público, sendo bastante rentável nos cinemas e nas vídeo locadoras, além de altos índices de audiência quando exibido na tv. No dia seguinte após a primeira exibição nas tvs brasileiras (ocorrida numa segunda a noite) o assunto geral eram as piadas absurdas que boa parte da população (que não havia tido acesso ao VHS até então inédito) pode ver nas telas do aconchego de seus lares.

As gargalhadas da noite anterior ainda eram as mesmas e se prolongavam por dias, superando as até então já conhecidas dos filmes do saudoso Jerry Lewis. Naquela linha tênue entre o pastelão e a escatologia, que felizmente nunca é ultrapassada, o roteiro segue o único fio de história existente e encaixa nele o maior número de situações engraçadas possíveis, onde o elenco (Leslie Nielsen incluso) se esbalda porque sabiam que estavam fazendo parte de algo único e especial. Quarenta e um anos após, Apertem os cintos… já pode ganhar o selo “Recomendado para toda a Família” e também ser incluído em reuniões saudosistas de cinéfilos. Merece também o status de Filme Cult pela importância cultural e pela marca que conseguiu deixar.