Do Fundo da Estante: Proposta Indecente

Você teria uma noite de amor com um desconhecido em troca de 1 milhão de dólares? Você homem, permitiria que sua esposa tivesse uma noite de amor com um desconhecido por 1 milhão de dólares? Se você fosse linda que nem a Demi Moore, porém estivesse endividada até o pescoço e casada com o feioso Woody Harrelson e o Robert Redford te oferecesse 1 milhão de dólares por uma noite de sexo?
O diretor e também publicitário Adrian Lyne acertou em cheio no quesito polêmica ao lançar Proposta Indecente em 1993, mesmo ano em que Lista de Schindler e Jurrasic Park de Steven Spielberg foram lançados e depois garfaram 10 Oscar. No caso de Proposta Indecente foram vários prêmios Framboesa de Ouro. E quem liga? Em todo lugar o plot da trama era a discussão do momento e não se falava em outra coisa. E aí, você toparia mesmo que não fosse o galã Robert Redford?
Nos anos 90, 1 milhão de dólares era muita grana. Hoje nem tanto. E na atual crise econômica que assola o planeta, uma proposta indecente dessas seria a salvação da lavoura de muita gente sem gerar polêmica alguma. Demi Moore estava no auge da beleza anos antes da reforma estética que fez para atuar em Striptease e Robert Redford beirando os 60 colocava no bolso muitos galãs da época. Woody Harrelson ainda não era o excelente ator que se tornou mas estava no olho do furacão entre aceitar ou não uma “traição” em troca de (muito) dinheiro.
Um casal enfrentando dificuldades financeiras resolve tentar a sorte em Las Vegas, mas nada consegue. No entanto, conhecem o bilionário John Gage (Robert Redford) que oferece um milhão de dólares ao marido David Murphy (Woody Harrelson) para permitir que sua mulher Diana (Demi Moore) vá para cama com ele por apenas uma noite. De imediato há um choque por parte do casal, mas tal proposta significava o fim dos seus problemas. Só que eles não contavam com as consequências que tal oferta traria.
A verdade é que Proposta Indecente envelheceu um pouco. Nos dias de hoje o bilionário seria visto como um assediador sem escrúpulos, Diana como uma prostituta sem caráter e o marido como um corno sem alma. E dependendo do ponto de vista, espertos os três.
O roteiro tem elementos de sobra para problematizações e as atuações são naquele esquema piloto automático mesmo, já que não há necessidade de empenho aqui. A fotografia é aquela de telefilme pra se assistir no sábado a noite e o visual geral é de uma cafonália sem tamanho, incluindo aí os trakes feitos em Las Vegas. Tudo muito brega, exagerado e de gosto duvidoso. Mas assim também a proposta do filme, condizente com a proposta do ricaço John Cage. Mais do que indecente, a proposta é exagerada, surreal e ao mesmo tempo irrecusável, toda permeada por julgamentos morais que hoje soam ultrapassados. Só resta o orgulho ferido, algo que qualquer 1 milhão cura rapidinho.
FICHA TÉCNICA
Título: Proposta Indecente
Título Original: Indecent Proposal
Direção: Adrian Lyne
Data de lançamento: 7 de abril de 1993
Italo Morelli Jr.
Na Nossa Estante

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  • Eu não conhecia esse filme, mas acho que agora sei de onda surgiu a ideia de uma série chamada Dilema, na Netflix. A ideia era bem parecida com essa, só que por se passar mais atualmente, os papeis foram trocados, uma mulher poderosa e rica que faz a proposta para o marido da funcionária dela em troca de uma boa bolada. No caso do filme, mesmo sendo antigo, eu acho que valeria a pena ver, especialmente pelo elenco que estava no auge nessa época.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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