A fábula Rock & Roll do diretor Walter Hill é um dos produtos cinematográficos mais americanos dos anos 80: numa cidade noturna pobre com muita fumaça, neon, ruas chuvosas, plataformas de metrô elevadas, becos escuros e armazéns, cheia de gangues, policiais, roqueiros e bebedores de refrigerante, temos o sequestro de Ellen Aim, vocalista de uma banda de rock interpretada por Diane Lane. Ela dubla as canções e sua presença em cena é marcante, compensando sua atuação mediana.
Seu ex namorado Tom Cody (Michael Paré) auxiliado pela durona McCoy (Amy Madigan, ótima) é convocado para trazê-la de volta. Após o fim do namoro, Tom se mudou da cidade (Nova York, talvez) e retorna a fim de encarar toda uma gangue de motoqueiros liderada por Raven (Willem Dafoe), mesmo sem a garantia de reatar o romance, desejo maior de quem assiste o filme.
Esse plot com gangues de rua já foi realizado antes e pelo próprio Walter Hill em Selvagens da Noite (1979) um polêmico thriller que inspirou mais lutas entre seu fãs do que na tela.
É claro que na comparação, Selvagens…é até superior enquanto cinema e marcou época, mas não tem o charme de Ruas de Fogo com sua trilha sonora irresistível – impossível ficar parado quando toca as já clássicas “Nowhere Fast”, “Tonight is what it means to be Young” e “I Can dream about You”. Mesmo sem experiência em filmes românticos, o diretor Walter Hill consegue nos convencer que esse conto de fadas urbano e sujinho é tão bom quanto Romeu e Julieta.
Chamar Ruas de Fogo de datado é puro preconceito com a década de 80, seus excessos, erros, acertos e importância histórica para a cultura Pop. O longa é um dos mais representativos de seu período e assistí-lo hoje é sem dúvida, uma prazerosa viagem nostálgica. De tanto ser reverenciado, Ruas de Fogo inspirou o game Streets of Rage criado pela Sega para o Mega Drive.
As cenas dos shows são bem filmadas, dirigidas, fotografadas e editadas, fazendo parecer real aquele show encenado onde Diane dubla de maneira convincente vozes de outras cantoras.
Deborah Van Valkenburgh, Lee Ving (da banda punk Fear), Rick Moranis e o saudoso Bill Paxton completam o elenco, mas apenas Michael Paré e Deborah voltaram para a desastrosa continuação de 2008 intitulada Road to Hell, cortesia do diretor Albert Pyun, reforçando sua fama de um dos piores diretores da história. Filmado em frente a um telão (????????) Road to Hell traz uma estética ridícula de cores berrantes, transformando o protagonista Cody num psicopata agressor de mulheres. Continuação desnecessária que merece ser esquecida. Fiquem com o original.
Italo Morelli Jr.
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Oi Italo,
Não assisti ao filme e sei que não tem NADA a ver, mas me lembrou o quanto gostei de "Daisy Jones & The Six", então acho que arriscaria assistir sim!
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Olá, Italo.
Eu nunca tinha visto falar sobre esse filme, nem sobre a continuação hehe. Mas também não é muito o que gosto de assistir.
Prefácio
Como eu ainda não conhecia ??? Gostei demais da proposta, e preciso ver depois.
Bjs
Imersão Literária
Oi Italo! Não conhecia este filme, gostei da dica e vou procurar para conferir. Bjos!! Cida
Moonlight Books
Não tinha ouvido falar do filme ainda. Grato por sua resenha.
Boa semana!
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia