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The Undoing – Episódio Final [Crítica da série]

O TETXO ABAIXO CONTÉM SPOILER

Em seu derradeiro episódio (será que terão a coragem de fazer uma segunda temporada na qual Elena retorna viva porque aquela que morreu era sua irmã gêmea?) The Undoing prova que o livro You Should Have Know (2014) da escritora Jean Hanff Korelitz renderia apenas um telefilme mediano, daqueles exibidos no sábado à noite no canal da Poderosa. E só.

Numa boa resumida, The Undoing lembra o filme Acima de qualquer Suspeita (1990), protagonizado por Harrison Ford, que ao contrário de The Undoing tem um final inesperado – inclusive a arma do crime é a mesma, o martelo.
A revelação do nome de quem cometeu o crime chocou 0 pessoas e fica claro que o plot twist da série era realmente não ter plot twist algum. Ou seja, um desplot.
Assumidamente novelesca com um toque de sofisticação, a minissérie esticou demais a história frágil do livro e a deixou muito diluída, deixando de aproveitar melhor o elenco. A talentosa Lily Rabe (American Horror Story) está em cena apenas para atender o celular e Nicole Kidman decepciona com uma interpretação visivelmente prejudicada por procedimentos estéticos mal feitos. Decepção também foi não ver mais da personagem Elena, desperdiçando o talento da Matilda de Angelis.
Hugh Grant, que é inglês e viu seu nome despontar com Quatro Casamentos e um Funeral (1994) teve seu segundo grande momento no ano: além de estar impecável aqui, ele também mostra serviço no longa Magnatas do Crime, aonde emula um Jack Nicholson brilhantemente. Sua atuação foi impecável, dentro do possível.
Quem brilhou mais foram Donald Sutherland e Noma Dumezweni, dois coadjuvantes de respeito que deram um brilho todo especial ao projeto.
Parece que essa aposta da HBO deu certo. Os críticos enxergam mais pontos positivos do que negativos e, pelo que entendi, o padrão HBO de séries foi mantido com louvor para alegria doa viúves de Big Little Lies.
É a segunda minissérie seguida da HBO que foca nos white rich people problems, descortinando a podridão da burguesia estadunidense que não é surpresa pra ninguém. A elite em peso deve odiar o canal e isso já é um mérito a ser admirado.
A diretora Susanne Bier realizou um trabalho correto, sem excessos. Fez o que pode e mesmo assim é impossível não reparar na falta de homogeneidade do elenco. Uns se destacam mais do que os outros, independentemente da importância do papel.
A cena final é plasticamente bela, dramática até, se analisarmos todo o contexto até aqui. Porém é muito pouco para uma empreitada dessas que transformou um único livro em um produto televisivo de seis horas de duração.
Um longa de uma hora e trinta minutos seria mais do que suficiente. The Undoing foi inflado demais e acabou murcho, murcho.
Italo Morelli Jr.
Na Nossa Estante

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