Soul [Crítica do Filme]

Pixar é sinônimo de qualidade e sensibilidade, até hoje não superei Up – Altas aventuras e Viva – a vida é uma festa se tornou uma das minhas animações preferidas, e ainda podemos citar Toy Story, Procurando Nemo e tantos outros, com Soul não seria diferente!
Joe (Jamie Foxx) passou a vida tentando entrar numa banda de jazz, ele ama música e enquanto não realiza seu sonho vai dando aula para crianças. No dia que consegue ser efetivado na escola, para alegria da sua mãe, ele também passa no teste de uma famosa banda de jazz e morre. Assim, de repente, por acidente. Ao perceber que está na fila do além, Joe foge e vai parar na escola da vida, onde alminhas são treinadas para nascer. Curioso que todos nascem com personalidade já definida e ainda encontram talentos para serem usados quando nascer, exceto 22 (Tina Fey), uma alma do início do mundo que nunca achou graça em viver.
22 não ganha o passe livre para a Terra porque nunca se identificou com nada na vida e quando Joe é confundido com seu instrutor, a alma até tenta se interessar por algo e não consegue. No entanto, 22 quer ajudar Joe e o leva para um lugar onde pessoas na Terra entram numa viagem transcendente, isso pode acontecer com artistas ou até mesmo com pessoas consideradas loucas.
O lugar é visualmente incrível, aliás, tudo no filme é! Com a ajuda de Moonwind (Graham Norton) eles tentam fazer com que Joe volte a viver, mas outra confusão faz com que ele e Alma voltem à Terra. 22 no corpo de Joe e Joe no corpo de um gato! Desesperado, o protagonista tenta fazer de tudo para conseguir trocar de corpo a tempo da sua primeira apresentação e nessa jornada 22 vai conhecendo o que é de fato viver.
O longa é cheio de lindas metáforas! Joe acha que sua vida é sem importância até entrar numa banda e nunca percebe o quanto é importante como professor e alminha 22 que acha que viver é muito difícil, cheio de sofrimento, errada não está. São dois protagonistas em negação, Joe não aceita a morte, 22 não aceita a vida e viver é a grande mensagem do filme. A felicidade da vida, mesmo quando nada dá certo, a importância de apreciar os pequenos momentos e as pessoas que são importantes são mensagens fortes presentes no longa. Tudo isso faz da animação muito mais séria e voltada ao público mais adulto do que infantil, embora a presença do gato e cenas mais engraçadas possam sem dúvida agradar o público mais jovem.
E é preciso ressaltar que esteticamente Soul é ótimo, a ambientação no pós vida, cheio de detalhes, num universo que é incrível, a música, os efeitos visuais, as cores, tudo agrega à história na medida certa. Queria poder ter visto no cinema, mas em épocas de Pandemia tive que me contentar com a TV da sala com Disney Plus, mas tenho certeza de que a sensação na tela do cinema seria ainda melhor.

Soul tem um texto ousado a falar de vida, morte, existencialismo de uma maneira muito sensível e madura, sem deixar a aventura infantil de lado. Com personagens que funcionam muito bem juntos e carismáticos o roteiro acerta, a parte técnica também e mais uma vez a Pixar nos entrega um animação para ser vista e revista a vida toda.
Trailer
FICHA TÉCNICA
Título: Soul
Direção: Pete Docter, Kemp Powers
Data de lançamento: 25 de dezembro de 2020
Disney Plus
Michele Lima
Na Nossa Estante

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