Death Disco v.1 [Resenha Literária]

Com uma premissa bem diferente e uma protagonista bastante fora da caixinha, Death Disco é o primeiro volume de uma série de mangá escrito e ilustrado por Atsushi Kaneko e publicada aqui no Brasil pela DarkSide® Books.

Eu não sei bem como descrever o que especificamente trata a trama, porque realmente esse é um volume extremamente introdutório e com pouquíssimas informações. Em um primeiro momento o enredo se centra em uma organização chamada de Guild que parece ser uma espécie de facção de assassinos profissionais que controla o submundo deste lugar. Ligados aos chamados de Reapers (como eles denominam os assassinos), essas pessoas recebem missões dadas pela própria Guild para eliminar elementos específicos. No meio desse cenário, temos nossa protagonista, Deathkoo, uma Reaper experiente que mata suas vítimas com muita frieza e meticulosidade, ou seja, a arma perfeita para a Guild. Mas Deathkoo não parece muito estável e talvez ela seja mais perigosa do que aparenta ser.

Esse seria um resumo básico e sem qualquer spoiler da trama deste volume em questão. Embora totalize suas quase 200 páginas, o mangá não explica quais as motivações de Deathkoo em participar dessa facção ou o porquê da escolha de determinados alvos ligados aos crimes. Pelo contrário, a trama é focada exatamente no número gritante de cenas de violência e onomatopeias. São pouquíssimos balões de diálogos e pouquíssimos trechos de explicação, centralizando o desenvolvimento de tudo em fugas mirabolantes e brigas armadas com alguém tendo seu corpo alvejado pelas mais variadas armas. Esse fator em questão me pesou um pouco na leitura. Embora não tenha sido uma história lenta, ainda assim, a contextualização me pareceu muito superficial e confusa. Você começa o mangá e o finaliza sem saber muito o que vem a ser todos esses elementos dentro da trama. Eles estão ali, você faz parte daquele cenário e é isso. E isso me deixou perdido desde o início.

Contudo, a adrenalina das cenas de ação e o traço forte e bem marcado tornam tudo tão intenso e especulativo que facilmente você se vê querendo saber mais e por isso vai devorando as páginas sem nem piscar.

Talvez Deathdisco seja um caso de leitura que seria melhor aproveitada tendo as continuações para já ir lendo um seguido do outro. No entanto, ressalto, não é um enredo ruim. Embora confuso eu fiquei curioso por saber mais desse universo e de sua protagonista, que claramente não só é extremamente calculista, como altamente psicótica, o que torna essa obra um prato cheio para os fãs da caveira e seus livros sangrentos.