Bridgerton [Crítica da série]

Conheci Os Bridgertons em 2013 sem querer passeando numa livraria. A capa de O duque e eu me chamou atenção, li a última página (sim, sou dessas) e levei pra casa. Na época os romances de época não eram um gênero tão popular como hoje. Foi amor à primeira vista e Julia Quinn passou a fazer parte da minha estante com todos os nove volumes da série e todos seus outros livros.

Antes de falar da série da Netflix, é bom ressaltar que adaptações não são cópias e Chris Van Dusen deixou isso bem claro desde o princípio, haveria modificações. E elas não ficaram ruins, mas deixaram a trama em alguns aspectos diferentes dos livros originais. Também é perceptível o toque de Shonda Rhimes na produção, sempre preocupada com representatividade a série tem atores negros, inclusive protagonistas como Simon e a sempre espirituosa Lady Danbury, entre outros.

A primeira temporada é baseada no livro O duque e eu e assim o foco está em Daphne e Simon, ela tentando achar um bom partido para se casar, ele fugindo das mães casamenteiras. Apesar de explosivos, os dois acabam se tornando amigos e cúmplices numa trama em que eles fingem interesse amoroso entre eles. Dessa forma, Simon não é perturbado por assuntos de casamento e Daphne passa a atrair partidos melhores, já que supostamente o Duque de Hastings está interessado nela. Obviamente, durante a temporada os sentimentos mudam e tudo fica bastante complicado, uma vez que Simon tem muitos problemas familiares no passado que o impedem de seguir num relacionamento feliz.

O desenvolvimento da série com o casal é feito sem pressa e consegue explorar muito bem a complexidade dos sentimentos de Simon e a dor de Daphne, aliás, a protagonista começa morna, parecendo bastante tola, mas aos poucos vai ganhando muita força na história. A evolução da Daphne de um garota mais boba para um mulher forte, destemida, corajosa e inclusive feminista é um dos pontos fortes da trama. Phoebe Dynevor é uma atriz bastante expressiva e conseguiu nos apresentar uma excelente protagonista. Também não tenho nada a reclamar de Regé-Jean Page como Simon, sua química com Phoebe é ótima, ainda mais nas cenas mais hot e olha, a série não nos poupa em quase nada nesse aspecto.

Nem todos da família Bridgerton ganham destaque, Francesca (Ruby Stokes), Gregory (Will Tilston) e Hyacinth (Florence Hunt) aparecem pouco e confesso que senti falta das traquinagens dos irmãos mais novos. E Colin (Luke Newton) tem um subtrama muito boa na história, inclusive diferente do que está no livro, mas está bem longe de ser o carismático irmão comilão Bridgerton. Se nas obras da Julia Quinn Colin brilhou em todos os volumes e pouco no dele, talvez aqui a série faça o oposto. Já Benedict (Luke Thompson) me chamou mais atenção na série do que no primeiro livro, sua cumplicidade com Eloise é sensacional! E falando nela, é curioso que ela nunca tenha sido minha personagem preferida nos livros, mas se tornou a que mais amei na série. Eloise rouba a cena diversas vezes, seja por sua ousadia em fumar escondida, seja por sua inocência em tantas coisas, ou por suas falas extremamente femininas! Eloisa investiga quem é Lady Whistledown (voz da maravilhosa Julie Andrews), sendo a responsável também por cenas de alívio cômico. Sem dúvida a melhor personagem.

E ainda temos Anthony (Jonathan Bailey) um personagem que apesar de seus defeitos conquistou nos livros, mas na série ficou muito mais detestável. O irmão mais velho, responsável pela família é ciumento, tenta fazer o que é certo e erra todas as vezes. Já Violet de Ruth Gemmell não se mostra uma mãe que consegue calar os filhos só com o olhar, mas acaba ganhando a simpatia por todo carisma que a matriarca da família possui. Vale destacar também Lady Danbury de Adjoa Andoh, menos ameaçadora do que nos livros, mas igualmente cheia de carisma.

Por fim, é importante dizer que muita coisa no enredo muda e outros personagens são introduzidos na trama, Marina (Ruby Barker) que só aparece no quinto volume, já ganha um plot importantíssimo na primeira temporada, assim como os Featherington, além da Rainha Charlotte (Golda Rosheuvel) se tornar alguém relevante na história e aparecer seu sobrinho que é um príncipe que se interessa por Daphne. Todas as subtramas são bem instigantes na série que é do tipo que quando termina um episódio você quer desesperadamente saber o que vai acontecer nos próximos Acredito que as mudanças tenham de certa forma beneficiado quem já leu os livros a ficar curioso com as novidades.

A parte técnica da série está impecável, figurino, maquiagem, trilha sonora, tudo muito bem ambientado e os atores também mostraram que foram bem escolhidos. Com uma trama muito envolvente, bem ao estilo de novela, com momentos de tensão, drama e romance, Bridgerton é uma ótima produção que funciona inclusive para quem nunca leu Julia Quinn.

Trailer:
PS: A cena polêmica da Daphne com Simon no livro foi bastante suavizada na série.
Michele Lima

9 thoughts on “Bridgerton [Crítica da série]

  • 22 de dezembro de 2020 em 15:06
    Permalink

    Ansiosa para ver a série. Minha amiga me convenceu a ler antes de sair a série e fiquei impressionada com o quanto gostei.

    Abraço

    Imersão Literária

    Resposta
  • 22 de dezembro de 2020 em 17:10
    Permalink

    Ai, Mi, que chique você já ter assistido. Eu queria muito na verdade ver antes do povo, porque depois do dia 25 só vão ficar falando isso o dia todo, e quanto mais falam, menos vontade eu tenho de ver. Eu não tinha curtido tanto as mudanças, ainda mais porque me parecia que o Benedict seria meio bi ou homo, sei lá, uma confusão daquelas, mas parece que elas veio para acrescentar e não piorar a série, o que é muito bom.
    Nem tava com tanta vontade de ver mas já quero KKK
    Beijo!
    http://www.capitulotreze.com.br/?m=1

    Resposta
    • 22 de dezembro de 2020 em 18:25
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      Assite sim Mi, valeu muito a pena!!

      Resposta
  • 22 de dezembro de 2020 em 18:59
    Permalink

    Oi
    eu adoro os livros, estou louca para assistir a série e já estou ciente que vai ter mudanças, mas isso não diminui minha ansiedade, vai ser interessante ver essa família ganhando um rosto, legal que já teve a chance de assistir.

    http://momentocrivelli.blogspot.com/

    Resposta
  • 22 de dezembro de 2020 em 19:00
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    CHOCADA QUE DEIXARAM A CENA MEU DEUS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Só sei que quero logo dia 25
    Beijos
    Balaio de Babados

    Resposta
  • 22 de dezembro de 2020 em 19:32
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    Olá, Michele.
    Como assim você já assistiu hehe. Sei que vou demorar um monte porque geralmente demoro umas duas semanas para assistir uma temporada hehe. E com certeza vou cansar de ver o povo falando e reclamando da série hehe. E nem lembro dessa cena ai polemica no livro, então para mim tá de boa hehe.

    Prefácio

    Resposta
  • 24 de dezembro de 2020 em 19:51
    Permalink

    A primeira vez que ouço falar dessa série. Ela parece ser muito interessante.

    Feliz Natal!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

    Resposta
  • 17 de janeiro de 2021 em 21:22
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    eu conheço os livros da Julia Quim por causa dos romances historicos da extinta nova cultural,alias romances de epoca não é novidade para mim ,pois eles já eram publicados no aqui há muito tempo . só que não eram publicados em formato de livraria .só em formato de romance de banca . O primeiro livro dessa serie que tenho é justamente em formato de romances de banca . Espero assistir a serie logo

    Resposta

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