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Do Fundo da Estante: Abracadabra [Nostalgia]

Bons tempos nos quais a Disney acertava num live action e acertou tanto, que assistir Abracadabra uma única vez é quase uma heresia. É Disney mas não tem a cara pálida que os filmes da Disney tem agora, parecia ter a mão de Tim Burton, palpites do Spielberg e do Robert Zemeckis, é entretenimento acima da média para o público infantil, adolescentes e adultos podiam dizer sem constrangimento que assistiram e apreciaram muito. E que elenco! As irmãs Sanderson entraram para a história dos filmes do gênero e são cultuadas até hoje graças a escolha acertada do trio de atrizes principais, espetaculares. Até cosplay elas inspiram.
Bette Midler está um sarro como a bruxa dentuça Winnie, que apesar do visual assustador, coloca todo mundo pra dançar com I put a spell on You no baile de Halloween. Notável atriz cômica, Bette também é cantora e foi a personagem lhe caiu como uma luva. A não menos ótima Kathy Najimy, recém aclamada com o sucesso de Mudança de Hábito é a desengonçada bruxa Mary e Sarah Jessica Parker é Sarah, a bruxa loira burra sensual, anos antes de se consagrar com Sex and the City. Impossível imaginar Abracadabra sem uma das três, relegando o elenco jovem a segundo plano, mesmo com a encantadora Thora Birch criança.
Enforcadas em Salem, Massassuchets há 300 anos devido à prática de feitiçaria, as irmãs Sanderson chegam ao século XX após terem seus espíritos evocados no Dia das Bruxas pelo adolescente Max (Omri Katz) que, com a ajuda de sua irmã caçula Dani (Thora Birch) e seu interesse amoroso Allison (Vinessa Shaw), deve tentar impedi-las de roubar as força vital/almas das crianças, o que garante juventude e imortalidade a elas.
Aventura inofensiva e divertida, Abracadabra é item obrigatório em qualquer Halloween. Claramente filmado em estúdio, onde foi recriado um bairro inteiro, tem boa dose de ação, zumbis, maquiagem bacana, bons efeitos visuais e sim, as bruxas voam em vassouras-coisa que raramente acontece nos filmes com bruxas.
A direção de Kenny Ortega, infelizmente, não consegue fazer o trio infanto-juvenil ficar a altura das protagonistas e mesmo assim o resultado final passa longe do irregular. As tiradas cômicas são ótimas e fazem graça do conflito entre gerações e épocas, além do inevitável embate do Bem contra o Mal, sem entediar os adultos ou assustar as crianças.
E por conta de tantas qualidades é que Abracadabra vai ganhar em breve uma continuação. Nem precisava e nunca ninguém exigiu, mas em tempos de crise criativa em Hollywood (estamos no pior momento da indústria do cinema) o sinal verde foi dado e o elenco original topou voltar. O original é tão bom que nada pode arranhar sua reputação.
Ítalo Morelli Jr.
Na Nossa Estante

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