Do Fundo da Estante: Mortal Kombat [Nostalgia]

E quem ficou muito decepcionado com a adaptação cinematográfica do jogo Street Fighter, deve ter ficado pelo menos satisfeito com este Mortal Kombat, que, há 25 anos, respeitou até onde foi possível ($$$$$$$) o interessante universo criado no game.
De início, os produtores tiveram a audácia de convidar ninguém menos que Sean Connery para o papel de Raiden e, como era de se esperar, ouviram um sonoro NÃO – Connery disse que preferia ficar jogando golfe…
Foi então que a segunda opção, o eterno Highlander Christopher Lambert aceitou (não entendi porque o elenco original do jogo não foi escalado para o filme), o restante dos atores e atrizes até que foram bem escolhidos e a caracterização/figurinos no geral é muito boa.
O jogo conta uma história e é nessa história que o roteirista do filme se baseou para fazer a adaptação para as telas e não errou, pois vários jogos seguintes foram influenciados pelas idéias propostas aqui – inclusive personagens criados para a série (que teve uma única temporada no final dos anos 90) também foram introduzidos nos games.
Considerando a época (foi lançado antes do revolucionário Matrix, onde o conceito das coreografia de luta foi bem elevado), as lutas são bacanas e aparecem aleatoriamente já que a trama é sobre um torneio místico de artes marciais. Havia tecnologia para um resultado superior (O Exterminador do Futuro 2 foi feito quatro anos antes), mas os efeitos visuais datados nem chegam a atrapalhar e até divertem. Robin Show está ótimo como Liu Kang, assim como Talisa Soto (de Don Juan DeMarco) no papel da ninja Kitana. As inevitáveis piadinhas até soam fora do contexto, mas…pra que tanta seriedade quando temos um personagem que é um homem lagarto e um outro gigante de quatro braços?
O que mais difere o game dos Arcades deste longa metragem é o clima soturno. Mirando essencialmente no público adolescente que lotava os fliperamas na época, o filme tem um ritmo característico de vídeo game que por incrível que pareça, o jogo não tem. Sem trilha sonora e sério ao extremo, o jogo tem cenários que vão do sóbrio ao fúnebre e permanece até hoje como um dos games mais violentos de todos os tempos. Já em sua primeira adaptação para o cinema, é natural que tudo fosse atenuado, ainda que o público juvenil vibrasse com os fatalites nos jogos, seria uma afronta na época colocar em película o excesso de violência que fez a fama de Mortal Kombat – algo que prometem corrigir no próximo longa a ser lançado em 2021.
Mesmo com esse deslize, Mortal Kombat é divertido de ver e tem aquela trilha sonora barulhenta e já clássica, totalmente adequada.
FICHA TÉCNICA
Título: Mortal Kombat
Diretor: Paul W.S. Anderson
Data de lançamento: 29 de setembro de 1995
Nota: 3/5
Italo Morelli Jr.
Na Nossa Estante

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  • O clássico dos clássicos do videogame. Joguei muito. Confesso que adaptações de game não me chamam muito a atenção, mas me interessei pelo filme por conta de sua resenha.

    Bom fim de semana!

    OBS.: O JOVEM JORNALISTA está em quarentena de 22 de julho à 31 de agosto, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. Mesmo nesse período, temos dois novos posts. Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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