Razão e Sensibilidade [Resenha Literária]

Originalmente intitulado Elinor e Marianne, o título final deste livro se refere às mesmas duas irmãs. Elinor, a mais velha de três meninas de Dashwood, acredita em governar suas emoções com moderação e bom senso. Marianne, como a mãe viúva, usa o coração na manga e considera a falta de “sensibilidade” (isto é, demonstrações externas de emoção) como uma traição aos seus nobres sentimentos. Elinor acredita em ser discreta, manter confidências e poupar a dor de outras pessoas, por mais que se machuque; Marianne acredita em todos os tipos de idéias românticas, como a impossibilidade de se apaixonar pela segunda vez depois de se apaixonar. Como as duas irmãs são testadas no amor e na esperança do casamento, cada uma aprende os limites e as desvantagens de sua filosofia.
O pai das meninas desejou, no leito de morte, que elas fossem bem cuidadas. No entanto, seu meio-irmão hipócrita e sua esposa gananciosa fizeram o mínimo possível pela Sra. Dashwood e suas três filhas. Apoiadas por uma escassa renda, as mulheres se mudam para uma casa de campo em Devonshire, de propriedade de um primo distante que ocupa a mansão próxima. Lá, em uma série de visitas, jantares e passeios pelo campo, eles se misturam em uma comédia romântica que distende a compostura de Elinor e conduz Marianne através da confusão emocional.
Marianne tem todo esse lado emocional então, quando ela conhece John Willoughby, não é surpresa que ela se apaixone por seu belo salvador. Embora não seja segredo por quem Marianne se apaixonou, Elinor esconde seus verdadeiros sentimentos por Edward Ferrars, um homem mais reservado que é perfeito para o seu caráter sensível. No entanto, quando Elinor descobre um segredo sobre Edward que a esmaga, ela esconde suas emoções… e sua irmã tem um pequeno problema quando seu amado vai para o sul e vira uma completa bagunça emocional. Será que uma das irmãs pode encontrar a felicidade quando se trata de romance, ou estarão sempre ansiando por mais?
Jane Austen escreve em um estilo altamente envolvente. Ela faz você se importar com seus personagens e seus envolvimentos emocionais.
Ela faz você sorrir para seus pontos fracos, apontados com tanta inteligência. E se alguém reclamar que os livros de Austen não são um exemplo suficientemente bom para as jovens de hoje, considere que elas veem a realidade inteiramente do ponto de vista das jovens. Em sua época, a convenção social impedia as mulheres de discutir questões sociais e políticas. Portanto, o foco está inteiramente na dinâmica humana de homens e mulheres que se relacionam. Além disso, a própria Austen sabia tão pouco sobre o que os homens discutiam entre si que não havia uma única cena, em todos os seus trabalhos, em que uma personagem feminina não estivesse presente. Compare isso com os muitos livros de aventura e fantasia centrados no homem que fazem você esquecer que as mulheres existem e depois pergunte a si mesmo (a): que tipo de fantasia traz mais alegria para as mulheres jovens?
Para um leitor moderno (de ambos os sexos), o mundo de Jane Austen é um maravilhoso mundo de fantasia, ainda mais maravilhoso por causa de seu lugar em nossa história. E embora os heróis e heroínas de cada um de seus romances busquem nada além de felicidade conjugal (talvez com um lado da segurança financeira), eles não são banais. Hoje, esse graal permanece indescritível, apesar do “progresso” que nossa sociedade fez na liberdade sexual. Este romance prova que a busca desse Graal, em um mundo de fantasia onde a honra e a pureza são importantes, ainda pode ser divertidamente vibrante e fiel à vida.
FICHA TÉCNICA
Título: Razão e Sensibilidade
Autor: Jane Austen
Nota: 5/5
Onde Comprar: Amazon

Natália Silva

Na Nossa Estante

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