Do Fundo da Estante: Máquina Quase Mortífera [Nostalgia]

Saudades dessas comédias nonsense que faziam graça do absurdo, parodiando vários filmes dentro de um que tentava satirizar o sucesso do momento. A franquia Máquina Mortífera rendeu 4 filmes e o quinto pode acontecer em breve.

No lugar da dupla Mel Gibson e Danny Glover, temos Emílio Estevez e Samuel L. Jackson – e ambos estão ótimos. Estevez interpreta uma versão paspalha do Martin Riggs de Mel Gibson. Estão presentes o corte de cabelo (que era moda na época e hoje ninguém se atreve a usar) o jeans apertado e as botas. Sai a atuação bem humorada de Gibson e entra a “interpretação” de Estevez, que consegue fazer rir graças as tiradas geniais do roteiro e a boa direção de Gene Quintano. Sim, antigamente até um diretor deste gênero de filme imprimia sua marca. No lugar do sempre ótimo Danny Glover (um dos grandes atores que ainda não possuem um Oscar) temos o não menos ótimo Samuel L. Jackson, que é outro grande ator que merecia ter seu Oscar, mas especificamente por Pulp Fiction.

A base do roteiro é uma mistura dos três Máquina Mortífera com toques de Instinto Selvagem, onde a principal missão da dupla é impedir que o vilão use cocaína na fabricação de biscoitos e assim poder traficar sem ser descoberto. A quantidade de referências e zoeiras é tão grande, que mal temos tempo de terminar de rir e uma outra cena “memorável” já aparece. Para essa nova geração que acha Deadpool a coisa mais engraçada que já viram na vida, Máquina Quase Mortífera, juntamente com a trilogia Corra que a Polícia vem Aí, são a prova de que ação e humor não é invenção recente.

As participações especiais também foram ótimas escolhas. Começando com a impagável Whoopi Goldberg, dão as caras também Tim Curry, William Shatner, Bill Nunn, F. Murray Abraham (parodiando Hannibal Lecter de O Silêncio dos Inocentes), Charlie Sheen (irmão do Emílio Estevez), Erik Estrada (revivendo o policial da série Chips), Christopher Lambert e Bruce Willis.

Se Máquina Quase Mortífera ainda faz rir quase 30 anos depois de seu lançamento, é sinal de que houve um tempo em que até um besteirol desses era feito com empenho.

Italo Morelli Jr.