Comédias românticas são coisa rara nos dias atuais. Comandadas por um diretor de renome e com um casal de protagonistas adulto e competente é mais raro ainda.
O australiano Peter Weir vinha dos sucessos Gallipoli (1981), O Ano em que vivemos em Perigo (1983), A Testemunha (1985), A Costa do Mosquito (1986) e o seu maior sucesso de crítica e público Sociedade dos Poetas Mortos, de 1989. Foi uma grata surpresa este Green Card, lançado no mesmo ano de Ghost e Uma Linda Mulher, bem sucedido tanto nos cinemas, quanto em home vídeo e indicado ao Oscar de roteiro original.
Georges (Gerard Depardieu) um compositor francês imigrante quer permanecer nos EUA e precisa conseguir o Green Card, que lhe dará permanência definitiva. Então decide se casar só no nome com uma norte-americana, Brontë (Andie MacDowell), que também precisa de um marido para alugar um apartamento em Manhattan, cujo prédio é proibido para solteiros. Surgem então, vários problemas quando eles passam a ser investigados pelo departamento de imigração dos EUA.
É com essa história aparentemente simples, que o casal central vai aos poucos ganhando nossa simpatia. Ambos atores foram escolhas perfeitas e a química entre eles funciona o tempo todo.
Não é o tipo de filme que nos faz rir com frequência, mas nos mantém com aquele sorriso no rosto em boa parte da projeção. A exceção fica por conta de algumas cenas dramáticas, indispensáveis para a trama.
Gerard com sua habitual competência consegue nossa empatia de imediato, e também mantém no ar aquele mistério desconfortável de que a qualquer momento uma surpresa possa vir à tona. No mesmo ano, ele foi indicado ao Oscar de melhor ator por sua magistral atuação em Cyrano, clássico personagem da literatura francesa. Andie MacDowell, que ainda estava colhendo os louros por sua elogiada interpretação em Sexo, Mentiras e Videotape (1989) é a alma de Green Card. Bonita e elegante, Andie oferece uma performance serena e forte ao mesmo tempo, ainda que não precise se esforçar muito. Modelo da L’Oreal desde os 17 anos até hoje aos 62, ela empresta seu charme a sua personagem que não possui grandes picos dramáticos, graças a abordagem romântica da história e ao diretor Peter Weir que em nenhum momento deixa que o assunto abordado resvale na pieguice apelativa.
O que era pra ser um relacionamento de fachada, cresce para um inevitável romance, talvez mais comum do que imaginamos. Gerard e Andie tornam seus personagens humanos e torcer por eles é essencial.
O final surpreendente é mais um acerto dessa produção que sempre é lembrada como um dos filmes mais bacanas e originais dos anos 90 – e sem uma desnecessária continuação ou remake.
FICHA TÉCNICA
Título: Green Card – Passaporte para o Amor
Título Original: Green Card
Direção: Peter Weir
Data de lançamento no Brasil: 21 de abril de 1991
Nota: 4/5
Italo Morelli Jr.
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Se tem uma coisa que eu e meu marido ama é ver filmes antigos, esse já entrou para a nossa lista! ❤
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