Depois de tantas experiências ruins, eis a redenção. O Príncipe Cruel é uma fantasia de qualidade, que monta e desmonta todos os clichês mais previsíveis possíveis, me deixando totalmente anestesiado com suas reviravoltas. Protagonizado por uma mocinha que não tem medo de colocar as mãos na massa, é uma leitura rápida, eletrizante e extremamente viciante.
Na trama, Holly Black nos apresenta à um mundo dividido entre dois grandes reinos: o humano e o feerico. Ainda na sua infância, Jude e suas duas irmãs foram traumatizadas após verem seus pais serem mortos dentro de sua própria casa. Levadas de seu mundo e de tudo o que um dia conheceram, as meninas crescem em um reino encantado, cheio de belezas e perigos. Jude, por sua vez, adapta-se muito bem, contudo, participar desse jogo de traição e vingança dentro da corte feerica não é algo fácil. E ela como humana, está mais do que disposta a provar o quão melhor pode ser. Ou o quão pior. Ela terá seu lugar respeitado na corte ou morrerá tentando.
Depois de tantas tentativas, a escrita de Black finalmente me cativa. Essa sua nova trilogia é deslumbrante e possui elementos que me agradaram completamente. Arrebatador e intenso do começo ao fim, O Príncipe Cruel é um excelente início para personagens que ainda prometem tanto potencial, e mesmo se tratando de tão poucas páginas, o leitor sente que ocorre muita coisa em pouco tempo e isso não incomoda. A autora é tão brilhante que facilmente você se cativará pela protagonista e seus dilemas, geralmente tão contrários aos dramas que eu costumo ler.
Narrado em primeira pessoa, por Jude, separado em duas grandes partes e entra aqui meu primeiro grande ponto. Como mencionei, a protagonista foge muito do padrão, não sendo a mocinha que toma decisões benfeitorias em prol dos outros. Pelo contrário, Jude é quase ordinariamente egoísta e ambiciosa. Seus desejos, ao início, são puramente seus, e esse é o fator que mais gostei. Ela é dissimulada, arrogante e essas características não a deixam se tornar apelativa ou má, na verdade, só mostram o quão humana ela é por querer coisas que qualquer outra pessoa pode querer. Embora não ultrapasse limites, a personagem e a trama giram em torno de suas próprias ambições e eu a amei. Que protagonista poderosa e real. Ela é desafiadora, imprevisível, manipuladora. Suas jogadas dentro da corte sempre me deixavam ansioso, temeroso de descobrir qual seria seu próximo passo. E quando ele acontecia, eu estava em êxtase, já me preparando para o próximo.
Os personagens que giram ao seu redor também são extremamente multifacetados. Tanto seu pai adotivo, Madoc, sua madrasta, suas irmãs e até os próprios “antagonista” são bem estruturados, cada um tendo sua relevância nas transformações que a principal irá sofrer.
Cardan também é interessante, embora passe bem longe de roubar a cena em algum momento, pelo menos nesse primeiro livro. Misterioso, maldoso e vez ou outra escroto, apesar das atitudes libertinas e imaturas, o personagem ganha sua própria profundidade e deixa uma imensa dúvida no leitor para suas próprias motivações. Provavelmente ele será melhor mostrado nas sequências. Esse primeiro volume, especificamente, é todo da Jude, construindo e reelaborando ela enquanto novas relações de poder vão sendo mostradas.
A mitologia também é rica e apresenta elementos bem detalhados e chamativos, em especial, as magias que os feericos usam e como essas criaturas podem gerenciar tantas outras subdivisões.
Mas o mais interessante são as relações de poder e o jogo de mentiras dentro da corte onde todos falam a “verdade”. A autora não só é genial, como também uma máquina discursos e argumentos conviventes que estão sempre recheados de duplo sentido ou brechas.
Sendo assim, O Príncipe Cruel foi para mim o que o hype prometeu, acrescentando elementos a uma mitologia que já conheço e trazendo uma das ótima protagonista empoderada. Intrigas, girl power e fantasia são aspectos que essa obra usa e abusa da maneira mais positivamente possível.
Editora Galera Record / grupo Editorial Record
Emerson David
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Oi, Mi! Tudo bom?
Eu vivo e respiro pela construção de mundo dessa história, pelos personagens e pela Jude. Que protagonista BADASS meu deus do céu! KAJSBFASBGABASGUOBASGUO amo a postura e o desenvolvimento dela e o relacionamento conturbado com o Cardan, os dois se odeiam e se amam tanto!
Sdds demais dessa trilogia.
Beijos,
Denise Flaibam.
http://www.queriaestarlendo.com.br
Uau, não conhecia esse livro, mas fiquei babando por essa capa. Que linda! ❤
https://www.kailagarcia.com
Oie,
Não conhecia esse livro. Mas em alguns pontos ele me lembrou muito corte de espinhos e rosas, por isso me deu vontade de ler, pois eu amei corte de espinhos e rosas.
Gostei do diferencial da protagonista, em ser egoísta e tudo mais, mas é possivel que eu não goste muito dela hahaha. Contraditório, eu sei.
Beeijoo!!
Grazy Carneiro
Meus Antídotos
Olá, Michele.
Eu amo tudo o que a Holly escreve, isso já é um fato. E com esse não foi diferente. Até fiquei enrolando para ler ele, mas foi porque estava na esperança de lançarem o segundo por aqui. Mas não aguentei e acabei lendo hehe.
Prefácio
Oi, Mi!
Eu adorei esse livro! Super devorei e achei ele um dos melhores que li ano passado!
Beijos
Balaio de Babados
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